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Ricardo Barros: “O modelo do SUS financia a doença, não a saúde”

Entre outros assuntos, foram abordados temas como o surto de febre amarela que atinge o país e os principais desafios da área que comanda

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h33 - Publicado em 20 fev 2018, 17h28

O convidado do Roda Viva desta segunda-feira foi Ricardo Barros, ministro da Saúde. Eleito prefeito de Maringá (PR) aos 28 anos, em 1989, governou o município até 1993. Em 1995, conquistou o primeiro dos quatro mandatos consecutivos como deputado federal, exercendo a liderança do governo no Congresso em 2002, durante a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Entre outros assuntos, foram abordados temas como o surto de febre amarela que atinge o país e os principais desafios da área que comanda. Confira trechos da entrevista:

“Mesmo as doenças consideradas erradicadas podem voltar. Neste momento, por exemplo, estamos vacinando sarampo em Roraima, por causa da imigração dos venezuelanos”.

“Houve um grande avanço na informatização do sistema de saúde e, com isso, conseguiremos ter uma capacidade de informação melhor. Mas hoje, infelizmente, ainda dependemos muito do que é reportado pelos agentes locais, o que nem sempre é eficiente”.

“Por alguma razão que não sabemos exatamente qual é, os mosquitos que transmitem a febre amarela silvestre passaram a circular em áreas que não costumavam circular antes. Isso fez com que o atual ciclo fosse maior do que os anteriores”.

“Não há falta de recursos para a área da saúde. O problema é que o ministério passa o dinheiro, mas nem sempre ele é bem utilizado. O Espírito Santo fez a lição de casa e está com o surto de febre amarela controlado. Minas Gerais não fez e está sofrendo com isso. Repassamos para Minas os recursos, mas o Estado não transferiu para os municípios. Isso comprometeu toda a estrutura”.

“Nós estamos fazendo um trabalho cada vez maior de municipalização da saúde. Tenho certeza de que uma decisão tomada no município é melhor do que uma decisão tomada em Brasília. Todos podem errar, mas quando você está perto do problema o risco é muito menor”.

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“Cada cidadão é responsável pelo combate ao aedes aegypti. Este ano fizemos um excelente trabalho e tivemos mais de 80% de redução da dengue e 90% da zika”.

“Os planos de saúde populares são uma grande solução para o SUS e uma ótima alternativa para a população. Eles podem dar conta do atendimento até certo momento e isso desafoga o sistema”.

“Temos habilitado permanentemente novos centros de qualificação para fazer a estimulação precoce de crianças que nasceram com microcefalia. O problema é que muitas famílias moram longe dos centros de tratamento e o transporte é falho”.

“Acho totalmente desnecessária a volta da CPMF. A Saúde tem piso constitucional de 15% da receita corrente líquida. Ela não tem teto de gastos, tem piso. No mínimo 15% de tudo o que se arrecada no país tem que ser aplicado na área de saúde”.

“Enfrentei lobbies pesadíssimos durante a minha administração de todos aqueles que se beneficiam do descontrole da saúde. O lobby contra a informatização é brutal. A judicialização também é lamentável. Cerca de 80% dos exames de imagens no Brasil dão resultado normal. Eventualmente poderiam não ter sido solicitados. E 50% dos exames laboratoriais não são sequer visualizados. É um desperdício”.

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“O modelo do SUS hoje financia a doença não a saúde. Se ninguém ficar doente durante um mês inteiro, quebra o sistema. Hospitais, laboratórios, todos deixam de faturar. Isso é a evidência de que o modelo está errado. Nós temos que financiar a saúde e não a doença. Pagamos o procedimento. No atual modelo, o sistema não se beneficia do investimento em prevenção”.

“O maior problema é que eu não sei o que acontece no sistema. Primeiro é preciso informatizar. Depois, saber o que acontece. Daí mudar o modelo e financiar a saúde. Com isso a prevenção será a menina dos olhos de todo o gestor. Hoje, quem investe em prevenção não é remunerado”.

A bancada de entrevistadores reuniu Cláudia Collucci (repórter especial da Folha), Fabiana Cambricoli (repórter de Saúde do Estadão), Flávio Freire (coordenador de nacional e política da sucursal do Globo em São Paulo), Jessé Reis Alves (médico coordenador do Comitê de Medicina do Viajante da Sociedade Brasileira de Infectologia) e José da Rocha Carvalheiro (pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP e ex-presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido pela TV Cultura.

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