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Revivendo a Belle Époque

Felipe Moraes Casa lotada, meia luz, burburinho, suspense no ar. A programação variada – e jamais repetida – excita a platéia ávida pelas surpresas que animarão mais uma noite. Apresentados por um mestre de cerimônias devidamente paramentado, aos poucos os números se revelam. Assim é o Trixmix Cabaret, espetáculo de variedades que há três anos […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h27 - Publicado em 3 dez 2010, 16h51

Felipe Moraes

Casa lotada, meia luz, burburinho, suspense no ar. A programação variada – e jamais repetida – excita a platéia ávida pelas surpresas que animarão mais uma noite. Apresentados por um mestre de cerimônias devidamente paramentado, aos poucos os números se revelam. Assim é o Trixmix Cabaret, espetáculo de variedades que há três anos e meio movimenta a noite paulistana e já enriquece seu currículo com 40 apresentações de casa cheia.

“A característica do espetáculo de variedades é conseguir reunir diferentes elementos artísticos, como o humor, o teatro, a dança, a música e o circo em um único espaço”, explica Emiliano Pedro, idealizador do show ao lado de Raquel Rosmaninho. “Nós percebemos que em São Paulo existia uma lacuna que poderia ser preenchida com o show de variedades”. A ideia é popularizar no Brasil um novo gênero de entretenimento já assimilado por grandes cidades da Europa e dos Estados Unidos. Por aqui o movimento já deu seus suspiros, mas sempre restritos à classe artística e entusiastas.

“Você tinha na cidade alguns cabarés na década de 90 que eram mais usados para testar novos esquetes”, recorda Emiliano. Não é difícil encontrar no Trixmix Cabaret artistas renomados como Márcio Ballas, um dos fundadores do espetáculo de improvisação Jogando no Quintal, ou Grace Gianoukas, diretora do show Terça Insana.

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Originários da geração que ajudou a imprimir novos rumos ao circo moderno na cidade, Emiliano e Raquel integraram os grupos Circo Escola Picadeiro e Acrobático Fratelli e rodaram a Europa protagonizando acrobacias e malabarismos ou organizando espetáculos. “Morando em Londres nós convivemos com uma forma contemporânea de fazer o chamado show de variedades”, explica Raquel.

Materializada nos Teatros de Revista e nos Cafés Teatro, a versão brasileira dos cabarés desapareceu na década de 60, com o advento da televisão, quando já se encontrava em franca decadência. Diferentes na forma de apresentar, mas muito semelhantes em suas propostas, esses locais viveram o apogeu entre os anos 20 e 40. “O termo ‘cabaret’ foi se distorcendo e acabou associado a show de strip-tease”, lamenta Emiliano. “Ficou estigmatizado. Nossa batalha é justamente resgatar o conceito original do termo, que está diretamente relacionado a um espaço de diversão e prazer”.

A declaração é endossada pela pesquisadora Neyde Veneziano em “De pernas para o ar – Teatro de revista em São Paulo”, livro que explica como o gênero, reduzido à categoria de Revista de Bolso, feneceu no país: “Foi nos anos 60 que os nus começaram a avançar para o proscênio. Ao mesmo tempo que os corpos despidos investiam em direção ao show de strip-tease, as mulheres vestidas, na plateia, recuavam. Revista era espetáculo assistido por famílias. Mudou o caráter e mudou, também, o público que o prestigiava”, escreve a pesquisadora. A repressão imposta pela ditadura militar acabou banindo o gênero dos teatros.

Essencialmente democrático, o Trixmix Cabaret busca repaginar a atmosfera da Belle Époque com a arte e os valores das cidades contemporâneas. “Há a retomada da atmosfera burlesca, com uma linguagem circense muito forte, de grupos como o Cirque du Soleil que ajudaram a popularizar o circo contemporâneo pelo mundo”, ressalta Emiliano. “Nossa ideia é propiciar um lugar onde você possa comer, beber, conversar, assistir um espetáculo com apresentações variadas e dançar no final”.

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Diferentemente dos autênticos cabarés europeus, em que o grand finale se dava com a apresentação das vedetes, ou no Brasil, geralmente encerrados ao som das tradicionais marchinhas, o Trixmix Cabaret prefere afastar as mesas e convidar os presentes a esticarem a noite conduzidos por um DJ. Marcada para este sábado, a última apresentação do ano será no Estúdio Emme, em São Paulo. Uma oportunidade imperdível para reviver a Belle Époque

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Trixmix Cabaret
Local: Estudio Emme, Av. Pedroso de Morais, 1036, São Paulo. Tel.: (11) 3021-2410
Quando: Sábado, 04 de dezembro
Horário: 21h
Ingressos: de R$ 20 a R$ 40

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