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Quase dois anos antes do chute no traseiro, houve um pontapé na canela dos tratantes

Quase dois anos antes do pedagógico chute no traseiro, Jérôme Valcke enquadrou o bando de tratantes com um certeiro pontapé na canela. Como estavam os preparativos para 2014?, perguntou-lhe um jornalista no encerramento da Copa da África do Sul. “Falta tudo”, resumiu o secretário-geral da Fifa, alarmado com o espetáculo da irresponsabilidade produzido, dirigido e […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 09h23 - Publicado em 6 mar 2012, 18h49

Quase dois anos antes do pedagógico chute no traseiro, Jérôme Valcke enquadrou o bando de tratantes com um certeiro pontapé na canela. Como estavam os preparativos para 2014?, perguntou-lhe um jornalista no encerramento da Copa da África do Sul. “Falta tudo”, resumiu o secretário-geral da Fifa, alarmado com o espetáculo da irresponsabilidade produzido, dirigido e estrelado pelo ainda presidente Lula. O olhar perplexo do repórter induziu Valcke a deixar claro que não estava exagerando. “Tudo”, enfatizou.

Continuava no papel o mundaréu de obras prometidas pelo chefe do governo no comício improvisado em Zurique no dia 30 de outubro de 2007. “Faremos uma Copa para argentino nenhum botar defeito”, gabou-se então o colecionador de bravatas. “Vocês verão coisas lindas da natureza e nossa capacidade de construir bons estádios”. Passados quase três anos, registrei no post republicado na íntegra na seção Vale Reprise, nenhum argentino conseguia enxergar algo que merecesse atenção. Só estavam prontas ─ desde o Dia da Criação ─ as coisas lindas da natureza.

O primeiro pontapé desferido por Valcke atingiu Lula no meio da campanha para eleger Dilma Rousseff. “Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul agora e já começam aqueles a dizer: ‘Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?’”, replicou o palanque ambulante. “Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.

Neste começo de março, o descompromisso de Valcke com as boas maneiras atestou o descompromisso da turma no poder com a verdade ─ e comprovou que o governo não sabe mesmo fazer as coisas nem definir prioridades. Um certo PAC da Copa morreu de inanição ainda no berço e foi enterrado sem velório. Em vez de construir ou reformar os aeroportos, Dilma Rousseff esperou até o verão deste ano para livrar-se dos mais próximos do colapso com uma privatização apressada. Outras perguntas feitas pelo falastrão vocacional continuam à procura de respostas. Cadê os corredores de trem? Ninguém sabe. Cadê os metrôs? Ninguém viu.

O pontapé no traseiro também informa que, ao contrário do que Lula imaginou, o cartola da Fifa nunca achou que lidava com um país atulhado de idiotas. Ele descobriu faz muito tempo que lida com um punhado de governantes vigaristas.

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