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Por Coluna
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Qual o seu clube?

Como em qualquer grupo "presencial", a educação e o respeito se fazem necessários ao bom convívio

Por Eliziário Goulart Rocha
Atualizado em 30 jul 2020, 19h57 - Publicado em 21 fev 2019, 14h26

Eliziário Goulart Rocha

Em tempos de intolerância crescente nas redes sociais (e na vida “real”), cabem algumas reflexões básicas: uma rede social não é como a casa da gente, e sim como um clube ao qual as pessoas vão para conhecer outras pessoas, revê-las ou conhecê-las melhor, contar as novidades, mostrar suas fotos, trocar receitas, falar de seus bichinhos de estimação, de dietas, de esportes, de religião, de política e de todo tipo de assunto. Também vão para fazer negócios, receber e oferecer oportunidades.

Como em qualquer clube “presencial”, a educação e o respeito se fazem necessários ao bom convívio. Pode-se escolher mesas, rodinhas de conversas ou salas temáticas nas quais se reúnem pessoas com pontos de vista e interesses comuns.

Quem quiser falar em particular, a fim de não incomodar os demais com questões privadas ou expor sua intimidade, tem a chance de convidar discretamente alguém a acompanhá-lo a uma sala reservada ao lado do salão principal, ao bar, ao jardim ou às instalações íntimas no segundo andar, ou seja, ao chat.

A vantagem deste clube é que não precisamos conviver com alguém de quem não se gosta, ou com gente mal-educada, grossa, desrespeitosa, tóxica. Tampouco precisamos circular entre pessoas que nunca nos dão atenção, que estão ali apenas para serem vistas e elogiadas, jamais criticadas, e que costumam ser a maioria em qualquer clube, virtual ou real.

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Não precisamos conviver com tais pessoas porque este clube, embora coletivo por definição, é customizado. Só vemos quem queremos, só somos vistos por quem queremos.

Podemos encará-lo como salão de festas, palco de debates, ponto de encontro de voluntariados, sala de reuniões, vitrina, passarela, entre tantas outras funções. Trata-se de um espaço multiuso. Seja qual for a utilidade que se dê a ele, as regras básicas de convivência seguem valendo.

Em qualquer dos casos, é tudo bem simples: podemos convidar só quem queremos, expulsar os penetras, mandar embora os convidados que se revelem inconvenientes e depois voltarmos a flanar tranquilos pelos salões.

Não precisamos restringir os convites somente a quem poderia frequentar nossa casa, neste clube é possível sermos menos seletivos, mas nem tanto. Que sejam pessoas que convidaríamos para uma mesa de bar ou, no mínimo, para um evento.

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É claro, como em qualquer reunião social, muitos estão ali por interesses menos nobres do que a mera amizade. Interesses deles ou nossos, geralmente de ambos, de natureza profissional, política, afetiva, sexual, tem de tudo. Neste caso, em nome destes interesses, “todos são bem-vindos” e o jeito é sermos pacientes e segurarmos a onda. Mas aí o clube, que era um lugar gostoso de frequentar, torna-se apenas um local público qualquer, sem garantia de conforto, aconchego ou segurança.

Neste caso, a customização de um espaço público, o pulo do gato das redes sociais, deixa de existir, e voltamos a nos sentir perdidos e amedrontados em meio à multidão.

Somos os donos do clube, podemos definir seu perfil, quem entra, quem é barrado, a música a ser tocada, a comida e a bebida a serem servidas, a decoração, tudo depende das relações sociais virtuais que desejamos estabelecer.

Só não esperemos que os convidados chatos, os que falam demais, os agressivos, os que beberam além da conta e já estão passando cantada em nossa vovozinha de 98 anos se toquem espontaneamente de sua inconveniência e se retirem, isso não ocorrerá pois, do contrário, não seriam inconvenientes. Não nos esqueçamos, o clube é nosso.

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Mas, se às vezes o ambiente, embora hostil, abrigue somente as pessoas com as quais você mais se identifica, bem, aí talvez seja o caso de refletir sobre a célebre frase de Groucho Marx: “Eu não entraria para nenhum clube que me aceitasse como sócio”.

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