Poeta engaiolado
“Ofereci meus ombros. Como escada ele subiu. Minhas mãos tocaram a música dos seus sonhos. Ele dançou. Enxuguei seu rosto do suor do meu trabalho. Abri a porta para ele passar. Na hora da porrada a cara era minha. Fui seu irmão seu amigo e companheiro. De braços dados caminhamos. Seu sofrimento foi o meu […]
“Ofereci meus ombros. Como escada ele subiu. Minhas mãos tocaram a música dos seus sonhos. Ele dançou. Enxuguei seu rosto do suor do meu trabalho. Abri a porta para ele passar. Na hora da porrada a cara era minha. Fui seu irmão seu amigo e companheiro. De braços dados caminhamos. Seu sofrimento foi o meu choro. Um dia encontrou comigo. Me deu um beijo. Virou as costas e partiu. Lembrei de Jesus e as 30 moedas”.
João Paulo Cunha, no livro de poemas Quatro & Outras Lembranças, escrito durante a temporada na gaiola da Papuda, sem esclarecer se quaisquer semelhanças com Lula e o mensalão são mera coincidência.