“Passar a sensação de segurança para a população é um desafio invencível”
Mágino Barbosa Filho, secretário da Segurança Pública de SP, defende a criação de uma linha de financiamento perene para a área e autonomia dos estados
Com uma polícia composta por 115 mil homens ─ maior que o exército da Argentina ─, São Paulo tem apresentado índices cada vez mais positivos na área de segurança pública. Apesar disso, essa sensação não chega a grande parte da população, que teme andar nas ruas. “Conseguir transmitir a sensação de segurança é o nosso grande desafio, mas isso é praticamente invencível”, reconheceu Mágino Barbosa Filho, secretário da Segurança Pública de São Paulo, no programa Perguntar Não Ofende. Ele atribui parcialmente o fenômeno ao noticiário sobre crimes.
Instado a comentar declarações do ex-governador Geraldo Alckmin, segundo as quais os líderes do PCC já não emitem ordens aos comparsas em liberdade mesmo cumprindo penas em presídios de segurança máxima, Mágino concordou com o candidato do PSDB à Presidência: “Acredito que Alckmin quis dizer que isso não acontece mais”, afirmou. “Conseguimos quebrar um sistema de comunicação entre presos e organizações criminosas. São Paulo é o único estado do país que tem presídios de segurança máxima, mas às vezes essa comunicação acontece, parte delas com as visitas íntimas ou por meio de maus advogados”.
Embora não a considere uma medida prioritária, Mágino é a favor do porte de armas por civis, “desde que a capacidade técnica e psicológica do cidadão que queira ter uma arma seja atestada periodicamente”. Qual deveria ser a primeira medida de um presidente com relação à segurança pública? “Garantir uma linha de financiamento perene para a área e dar autonomia de investimento para os estados”, respondeu o secretário. “Tenho certeza de que os resultados seriam bastante positivos”.