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O pintassilgo do Planalto só desafina

Celso Amorim nunca desperdiça uma chance de errar, confirmam as primeiras semanas do outono. Já aproveitou três. A primeira resultou no chapéu desmoralizante que levou do iraniano Mahmoud Ahmadinejab, que cancelou sem maiores explicações a visita ao Brasil quando o ministro das Relações Exteriores já aprendera a dizer em farsi “pois não”, “sim senhor” e […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 17h38 - Publicado em 15 Maio 2009, 20h31

Celso Amorim nunca desperdiça uma chance de errar, confirmam as primeiras semanas do outono. Já aproveitou três. A primeira resultou no chapéu desmoralizante que levou do iraniano Mahmoud Ahmadinejab, que cancelou sem maiores explicações a visita ao Brasil quando o ministro das Relações Exteriores já aprendera a dizer em farsi “pois não”, “sim senhor” e “disponha deste seu criado”.

Em seguida, Amorim resolveu trazer ao Brasil o paraguaio Fernando Lugo, que acumula o cargo de presidente da República com o título de Pai do Ano, conquistado pelo que andou fazendo nos tempos de bispo reprodutor. Momentaneamente liberado da maratona de exames de DNA, o visitante fez questão de dizer “não” pessoalmente a todas as propostas apresentadas por Lula sobre a hidrelétrica de Itaipu.

Na quarta-feira, os brasileiros souberam da última do Amorim: em audiência no Congresso, ele confirmou que o Itamaraty não quer o brasileiro Márcio Barbosa na direção-geral da UNESCO, sigla que identifica a Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura. Prefere um egípcio.

E que egípcio: depois de passar a noite sonhando com o afogamento de Israel inteiro no Mar Morto, Farouk Hosni, ministro da Cultura, acorda com alguma idéia cretina na cabeça. Uma das melhores foi a queima em praça pública todos os livros escritos em hebraico. Aos olhos de quem enxerga apenas os superiores interesses da pátria, coisas assim são miudezas.

“Fizemos uma opção geopolítica”, explicou o chanceler. “O Brasil tem uma política de aproximação com os países árabes e africanos, que apoiam a candidatura egípcia”. O governo Lula não é de abandonar nações amigas no meio do caminho. E tem especial predileção por integrantes da grande aliança dos primitivos.

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Isso já bastaria, mas há mais: também está em jogo, informou o depoente, o esforço feito pela cartolagem do COI e pelo Ministério do Esporte para que o Rio de Janeiro tenha a honra de hospedar a Olimpíada de 2016. “Cada candidatura que você lança tem um custo para outras”, ensinou o ministro. “Pode ser gerado um desgaste em termos de apoio. Nós, no momento, temos duas candidaturas: a da ministra Ellen Gracie para a Organização Mundial do Comércio e a do Rio para sede dos Jogos Olímpicos”. Melhor deixar no sereno o brasileiro Márcio Barbosa.

Vice-diretor da organização mundialmente respeitada, Barbosa já tem votos suficientes para tornar-se o número 1. Só não será vitorioso se o Brasil fizer um bom trabalho como cabo eleitoral do adversário. É exatamente o que o Itamaraty planeja, desafinou de novo Amorim, com a candura de quem ergue um brinde à paz entre os povos. Nada a dizer sobre as declarações delirantes de Hosni? ”Foram pouco felizes”, concedeu. “Mas tenho certeza de que ele pautará sua gestão à frente da Unesco por um diálogo de civilizações”.

Por algum motivo, Ruy Barbosa é lembrado como a Águia de Haia. Por todos os motivos, Celso Amorim será esquecido como um pintassilgo do Planalto que só desafinava.

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