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“O país do molha a mão” e outras notas de Carlos Brickmann

mais de 10% dos brasileiros admitiram pagar propina para ter acesso a serviços públicos como saúde, educação, segurança, emissão de documentos

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h43 - Publicado em 15 out 2017, 06h59

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

A procuradora-geral Raquel Dodge disse, ao tomar posse, que o povo “não tolera a corrupção”. Sua Excelência está certa, mas na frase faltou um pedacinho que lhe daria mais precisão: o povo não tolera “a corrupção dos outros”. O problema não somos nós, mas aqueles safados que condenamos.

Uma entidade séria, a Transparência Internacional, em pesquisa agora divulgada, mostrou que 11% dos brasileiros admitiram pagar propina para ter acesso a serviços públicos como saúde, educação, segurança, emissão de documentos. Detalhe interessante: a pesquisa se realizou na época do impeachment da presidente Dilma Rousseff, com manifestações de massa contra a corrupção do Governo. Petrolão, não; mas tudo bem molhar a mão.

As respostas positivas, em que tanta gente confessa não apenas seu hábito de transgredir a lei como o desprezo pelos que protestam contra isso, são obviamente verdadeiras: ninguém mente ao confessar que age fora da lei. Portanto, se as autoridades pensam ter apoio do povo para combater os atos mais comuns de corrupção, podem ir desde logo mudando de ideia.

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A pesquisa, porém, traz aspectos mais positivos. Dos brasileiros, 81% garantem que, se presenciassem um ato de corrupção, iriam denunciá-lo. Claro que até agora ninguém o fez, exceto em troca de algum tipo de perdão dos suculentos – em alguns casos, tão bons que vale a pena até assumir a culpa de um crime. Mas é um bom sinal. Quem sabe um dia?

 

Fica a dica

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Conhecendo-se o que já se conhece, sabendo como pensa boa parte da população, acompanhando a disputa entre parlamentares e procuradores (tendo alguns ministros do Supremo, surpreendentemente, na mediação do jogo) vale a pena mergulhar um pouco na Operação Lava Jato. De duas, uma: ou a ofensiva contra a Lava Jato consegue sufocá-la, ou o cruzamento de delações premiadas, combinado com enxurradas de investigações bem-sucedidas, vai gerar tantos processos que ninguém conseguirá acompanhá-los (e, de um ou outro jeito, vamos perder o fio da meada). É hora de pegar um bom livro que sistematize o que se sabe da ladroeira geral e irrestrita. Uma sugestão: República dos Acarajés, do gaúcho Walter Soares.

 

Catalunha, só lá

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O movimento catalão ameaçou repercutir no Brasil, com grupos sulistas querendo separar do Brasil o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É daquelas ideias que parecem ótimas à primeira vista, mas não resistem mais do que isso; ninguém ganha nada e os custos são fantásticos. No caso, o Sul teria de importar todo o petróleo que consome, construir nova refinaria, ou importar derivados; e não haveria nem o sal grosso, que teria de ser levado de Mossoró, para o churrasco nosso de cada dia. E, como na Catalunha, o plebiscito é ótimo, bonito, mobilizador, mas só funciona quando os sonhadores perdem. Quando ganham, como agora na Espanha, que fazer?

 

O mundo gira

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E essas histórias de independência não são as únicas coisas estranhas que acontecem no Brasil. Há dias, em Brasília, o ex-presidente Lula foi embora bem cedo de um churrasco na casa do deputado Paulo Pimenta, do PT gaúcho. Comeu e  bebeu pela metade, não esperou o evento petista que deveria ocorrer logo após o churrasco, e disse que iria fazer acupuntura.

Não faz muito tempo, quem acreditaria que Lula iria suspender um churrasco, com todos os acompanhamentos de que gosta, seguido por um ato público, quase um comício, para fazer um tratamento médico?

 

Volta ao lar

Césare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália por quatro homicídios, com a extradição do Brasil aprovada pelo Supremo e suspensa pelo então presidente Lula no último dia de seu mandato, está a ponto de ser mandado de volta a seu país. Pelo que se comenta, falta pouco: só que o Governo italiano aceite reduzir a pena que vai cumprir na Itália à que ele sofreria no Brasil, 30 anos no máximo. O presidente Temer está disposto a devolvê-lo, caso os italianos cumpram as exigências da lei brasileira.

 

Evo, última chance

O presidente boliviano Evo Morales luta para conseguir disputar mais um mandato – seria o quarto em seguida. Morales se elegeu e logo tratou de reformar a Constituição, permitindo-se disputar o terceiro mandato. Mas as coisas, agora, estão difíceis: em nove das onze maiores cidades da Bolívia houve manifestações contra ele, exigindo que respeite o resultado da última votação a que concorreu (em fevereiro, sua proposta de disputar o quarto mandato foi derrotada). Mas Morales promete lutar até o fim.

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