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O país decente mostrou que há pelo menos 30 mil pedras no caminho dos corruptos

Historicamente compassiva com os pecadores da seita companheira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil enfim perdeu a paciência com o bando de desgarrados que hoje se ajoelham no altar da ladroagem impune. “Não podemos concordar com nenhuma forma de corrupção, pois os recursos são da população”, lembrou dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h30 - Publicado em 13 out 2011, 21h07

Historicamente compassiva com os pecadores da seita companheira, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil enfim perdeu a paciência com o bando de desgarrados que hoje se ajoelham no altar da ladroagem impune. “Não podemos concordar com nenhuma forma de corrupção, pois os recursos são da população”, lembrou dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida do Norte e presidente da CNBB, durante a missa que reuniu 40 mil devotos no Santuário Nacional. “A Igreja quer que as denúncias sejam investigadas”, avisou, depois de solidarizar-se com “as manifestações organizadas por redes sociais”.

Na missa celebrada numa igreja de Pirituba, dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, também se inspirou no viveiro de gatunos da classe executiva e nos atos de protesto deste 12 de outubro para transformar o sermão num fato político.  “A corrupção está em toda parte, afligindo o povo brasileiro”, constatou. “Quando não somos mais capazes de reagir e nos indignar diante da corrupção, é porque nosso senso ético também ficou corrompido. Quando o povo começa a se manifestar, a coisa melhora. É isso que precisa acontecer”. É isso que está acontecendo, souberam à noite milhões de telespectadores do Jornal Nacional e, nesta quinta, os leitores dos principais jornais brasileiros.

As manifestações de 7 de setembro não conseguiram a atenção de hierarcas da Igreja Católica, ficaram fora do mais importante telejornal e foram noticiadas com timidez pela grande imprensa. As mudanças na paisagem confirmam que o movimento que nasceu nas redes sociais e transbordou para as ruas há apenas cinco semanas tem saúde suficiente para apressar a chegada à idade adulta. Foram definidas duas reivindicações prioritárias ─ o fim do voto secreto no Congresso e a imediata aplicação da Lei da Ficha Limpa. E ficou estabelecido que, embora não seja o único sinônimo de corrupção impune, é José Sarney o outro nome da roubalheira escancarada e sem castigo.

As cautelas adotadas pelo comando do movimento, que ainda se nega a enxergar os donos do pântano que abriga os sarneys, acabaram atropeladas pela idiotia incurável dos milicianos a serviço da seita e pela estupidez dos Altos Companheiros, que se colocaram espontaneamente na alça de mira dos indignados.  O silêncio estrepitoso dos jornalistas federais, a gritaria histérica dos blogueiros estatizados e os uivos dos Altos Companheiros comunicaram à nação que falar em corrupção é falar do PT. Que exigir a punição dos culpados é uma ameaça à governabilidade. Que insultar um corrupto juramentado é o mesmo que ofender o pai da Dilma ou xingar a mãe do Lula.

Tanto os milhares que marcharam em Brasília, São Paulo e no Rio quanto as dezenas de manifestantes que se juntaram em cidades menores declararam-se contra a corrupção. Quem é contra os que maldizem ladrões só pode ser a favor da ladroagem, certo? O problema é que não é de bom tom confessar tal obscenidade. Assim, resta à patrulha petista jurar que as passeatas foram menores que os cortejos de padrinhos dos casamentos de Marta Suplicy, enxergar tramas hediondas para derrubar o governo e jurar que todos os brasileiros descontentes, seja qual for a idade ou a condição sócio-econômica, são todos filhos mimados da elite golpista. Os vigaristas à caça de emprego e dinheiro estão compreensivelmente assustados com um universo desconhecido.

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A convocação para 15 de novembro da terceira rodada de protestos comprova a musculatura do movimento. Entre uma e outra aparição nas praças e avenidas, os grupos combatentes seguirão agindo na internet. É um mundo novo que confunde mesmo colunistas confiáveis: por teimarem em contemplá-lo com o olhar de 1968, acabam enredados em profecias que se amparam exclusivamente na contagem dos participantes. Para que o grande clube dos cafajestes se sintam em perigo, é verdade, a multidão disposta a deter a rapinagem precisa aumentar consideravelmente. Mas já existe gente de sobra para a guerra de resistência. Essa etapa, ainda em seu começo, precisa ser concluída para que se passe à contra-ofensiva.

Neste começo de primavera, o objetivo a alcançar é a obstrução do avanço dos corruptos. Nos últimos nove anos, eles não toparam com um único obstáculo consistente. Acabam de saber que há pelo menos 30 mil pedras no caminho.

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