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O ministério dos doidos de pedra

O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, 69 anos, bem mais novo que a cabeça, é um casuísmo reincidente. Em 2003, como não era embaixador de 1ª classe, não poderia assumir o comando da secretaria-geral do Itamaraty. Um decreto esperto removeu a exigência, Samuel instalou-se no posto e logo virou um terço de chanceler. Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, e Marco Aurélio Garcia, conselheiro do presidente para complicações cucarachas, ficaram com os […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 16h36 - Publicado em 20 out 2009, 19h56

O diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, 69 anos, bem mais novo que a cabeça, é um casuísmo reincidente. Em 2003, como não era embaixador de 1ª classe, não poderia assumir o comando da secretaria-geral do Itamaraty. Um decreto esperto removeu a exigência, Samuel instalou-se no posto e logo virou um terço de chanceler. Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, e Marco Aurélio Garcia, conselheiro do presidente para complicações cucarachas, ficaram com os terços restantes. Enquanto Amorim viajava e Garcia tramava com Hugo Chávez a invasão da Colômbia ou um ataque de surpresa aos Estados Unidos, Samuel ficou por aqui tomando conta da casa.

Nesta semana, escapou da aposentadoria compulsória com o traslado para primeiro escalão do governo federal. Diplomatas vão para casa aos 70 anos. Ministros não têm idade para encerrar o expediente. Ficam enquanto o presidente quiser. Como Lula gosta muito do nomeado, Samuel estará hospedado até dezembro de 2010 no gabinete do ministro de Assuntos Estratégicos, inventado para que Roberto Mangabeira Unger brincasse de arquiteto do futuro da nação. A escolha de Samuel sugere que o titular do cargo deve ser pinçado entre candidatos ao hospício.

Em 2005, por exemplo, sempre ao lado de Cuba e contra o imperialismo ianque, o secretário-geral conseguiu excluir a prova de inglês dos exames eliminatórios para o ingresso na carreira. No mesmo ano, resolveu que todos os diplomatas prestes a assumir um posto no Exterior, ou de passagem pelo Brasil para um período de reciclagem no Palácio Itamaraty, teriam de ler três livros: “Pensamento Econômico Brasileiro”, de Ricardo Bielschowsky, “Biografia do Barão de Rio Branco”, de Álvaro Lins, e “Brasil, Argentina e Estados Unidos”, de Moniz Bandeira, com prefácio de Samuel Pinheiro Guimarães. Ele mesmo.

De lá para cá, ninguém escapou da  tarefa, cumprida numa sala ao lado do gabinete do chefe. O mestre mantinha a tensão na estratosfera com sucessivas incertas. Em seguida, submetia os alunos a sabatinas orais. Se complicou a vida dos colegas, procurou facilitar a vida dos interessados na profissão que escolheu. O Instituto Rio Branco sempre formou 40 diplomatas por ano. O secretário-geral acha que tudo vai melhorar com fornadas anuais de 400. Ainda não conseguiu emplacar a ideia. Mas continua tentando.

“Ninguém sabe o que vem por aí, porque ele é chegado a soluções meio doidas”, avisou um embaixador aposentado quando soube que Samuel seria o chefão do Itamaraty. O deslocamento para o primeiro escalão do Executivo prorrogou o prazo de validade da frase. Ainda bem que o ministério não existe.

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