Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

O Dia da Mentira já tem quase 70 mil horas

Alertado meses antes pelo governador goiano Marconi Perillo e, em seguida, pelo deputado Roberto Jefferson, o presidente Lula fingiu, em junho de 2005, que nunca ouvira falar em mensalão. Dias depois de escancarado o Pai de Todos os Escândalos, declarou-se “traído”. Não identificou os traidores. Ficou algum tempo em silêncio até recobrar a voz em […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 13h51 - Publicado em 22 out 2010, 20h15

Alertado meses antes pelo governador goiano Marconi Perillo e, em seguida, pelo deputado Roberto Jefferson, o presidente Lula fingiu, em junho de 2005, que nunca ouvira falar em mensalão. Dias depois de escancarado o Pai de Todos os Escândalos, declarou-se “traído”. Não identificou os traidores. Ficou algum tempo em silêncio até recobrar a voz em Paris para recitar o que o criminalista Márcio Thomaz Bastos lhe ensinou: aquilo era dinheiro de caixa 2, nada demais, coisa dos usos e costumes nacionais, todo partido tem, não é mesmo? Recentemente, decidiu que a roubalheira organizada pelo PT foi uma “tentativa de golpe” ─ contra ele. Vai investigar o caso assim que puder.

Forçado a livrar-se de ministros afundados nas sucessivas maracutaias federais, o presidente absolveu-os todos no palavrório de despedida. O Beato Lula ensinou à seita que José Dirceu (“Meu querido Zé”) foi acusado pela oposição de crimes imaginários. Que Antonio Palocci (“O maior ministro da Fazenda da história deste país”) se enredou numa trama tecida pelo caseiro Francenildo Costa, um loiro de olhos azuis a serviço da elite golpista. Absolveu até Erenice Guerra: ao deixar o Planalto aboletada no último andor da procissão dos pecadores companheiros, a melhor amiga de Dilma Rousseff tinha a cara de quem carrega na bolsa o salvo-conduto expedido pelo Primeiro Amigo.

Aos olhos do chefe, a fábrica de dossiês administrada por Aloízio Mercadante virou um recanto de jovens peraltas ─ os “aloprados”. Como se ninguém enxergasse por trás dessa loucura de araque a lógica criminosa do PT. A usina de papeis bandidos instalada na Casa Civil pela dupla Dilma & Erenice virou “banco de dados”. Enquanto o país se estarrecia com a descoberta de que o Senado era a fachada da Casa do Espanto, condecorou José Sarney com a medalha de Homem Incomum, fechou contrato com Renan Calheiros, Romero Jucá e demais comparsas, tornou-se amigo de infância de Fernando Collor e exigiu que fossem apresentadas as provas que só ele não conseguiu enxergar.

Desde o dia da posse, todas as incontáveis patifarias promovidas por delinquentes de estimação contaram com a bênção, o endosso e a cumplicidade de Lula. No último ano do segundo mandato, convencido de que a maior obra de um presidente é eleger o sucessor, o juiz que só absolve passou a acumular as funções de réu debochado. Com a desenvoltura dos que se acham condenados à impunidade, atropela a Constituição e a lei comum, zomba do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral. Há quatro meses, abandonou o emprego para fartar-se em almoços e comícios. Entregou o comando efetivo do Planalto às mãos suspeitíssimas de Erenice Guerra e, agora, de Miriam Belchior. E se nomeou chefe de facção.

Continua após a publicidade

Ele tratou como factoides, miudezas ou piadas o estupro do sigilo fiscal de dirigentes do PSDB, o dossiê contra José Serra encomendado pelo PT, as bandalheiras de Erenice Guerra, a dissolução dos Correios, o desmoronamento da Casa Civil, o viveiro de vigaristas alimentados na sala ao lado por Gilberto Carvalho, secretário do presidente e especialista em missões obscenas que começam secretas e acabam na capa de VEJA. Confrontado com o ataque das milícias aos inimigos em campanha, assumiu sem disfarces o papel de fora-da-lei.

Nesta quinta-feira, o serial killer dos fatos tentou enfiar na cabeça dos brasileiros outra versão cafajeste. “A mentira que foi produzida pela equipe de publicidade do candidato José Serra é uma coisa vergonhosa”, fantasiou. Não está qualificado para tratar do assunto quem começou o governo com um assassinato da verdade e pretende entregá-lo a uma fraude monumental. Logo depois da posse, Lula batizou de “herança maldita” o país recolocado nos eixos por Fernando Henrique Cardoso. Passados oito anos, quer repassar um Brasil em adiantada decomposição moral a uma figura que mente como quem respira.

Para Lula, o dia de fúria das milícias do PT justificaria a criação de um Dia da Mentira. Já existe. No calendário do Brasil decente, os dias da mentira começaram em 1° de janeiro de 2003. Já vão chegando a 3.000. Quase 70.000 horas.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.