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Por Coluna
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Não é só a Espanha que perde com a independência da Cataluña

Em janeiro de 1969, numa excursão pela África, o Santos de Pelé conseguiu interromper por alguns dias a guerra civil em curso no antigo Congo Belga

Por Augusto Nunes Atualizado em 11 out 2017, 18h01 - Publicado em 11 out 2017, 18h01

Milhões de terráqueos espalhados pelo Planeta Bola se opõem com veemência aos separatistas da Catalunha por motivos que nada têm a ver com questões políticas ou econômicas. Essa imensidão de gente é composta pelos amantes do bom futebol, alarmados com os efeitos da mudança no mapa da Europa sobre o maior e mais fascinante clássico do mundo.

Partidários da independência alegam que a Catalunha é responsável por 21% do PIB da Espanha. São Paulo representa 32% do PIB brasileiro, e nem por isso quer separar-se do restante do país. Nacionalistas incuráveis continuam evocando os tempos do ditador Francisco Franco ─ que, entre outras violências, tentou banir da face da terra o idioma catalão em toda a região. Morto em 1975, Franco hoje é apenas uma má lembrança longínqua. O catalão é a língua oficial da região, que goza de uma autonomia quase completa.

O que tanto os catalães quanto os demais povos da Espanha parecem ter esquecido é que, caso seja consumada a independência, todos deixaremos de saborear várias vezes por ano o mágico duelo entre o Barcelona e  Real Madri. Se a Catalunha virar país, esses imensos rivais só se enfrentarão na Champions League. O campeonato espanhol se tornará irrelevante, porque o Real conquistará nove títulos em cada 10 temporadas. E o Barcelona vencerá 99 em cada 100 jogos de um campeonato catalão tristonho e insosso. Mais: as seleções da Espanha e da Cataluña dificilmente se classificarão para a disputa da Copa do Mundo.

Alguns leitores decerto estarão ponderando que conflitos entre nações não podem levar em conta paixões esportivas. Engano. Em janeiro de 1969, por exemplo, quando excursionava pela África, o Santos de Pelé apressou a interrupção por alguns dias uma guerra civil em curso no antigo Congo Belga. Os inimigos costuraram às pressas uma trégua para que todos pudessem ver em ação o melhor time do mundo. Se o dia do plebiscito coincidisse com um Barcelona vs. Real, as seções eleitorais ficariam desertas.

Tomara que os partidários da independência pensem nisso, sejam clementes com a vastidão de torcedores (nativos ou estrangeiros) e mudem de ideia enquanto há tempo. Seria uma merecidíssima homenagem aos craques do futebol que já se exibiram no mitológico Camp Nou.

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