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Muito espaço, pouca gente

Na Rússia, as explicações sobre o alto índice de mortalidade coincidem ao apontar duas causas: o alcoolismo e o alto índice de aborto

Por Fernando Gabeira
Atualizado em 30 jul 2020, 20h25 - Publicado em 14 jun 2018, 14h58

Fernando Gabeira (publicado no Globo)

Um dos grandes problemas russos é ter 17 milhões de metros quadrados e apenas 143 milhões de habitantes. Visto em perspectiva, o país pode perder mais de cinco milhões de trabalhadores nos próximos 10 anos e terá dificuldades em receber gente porque há resistência popular à importação de mão de obra.

O índice de nascimento na Rússia é baixo e gira em torno de 1 por cento. O índice de mortalidade é relativamente alto: 15 por 100. Nos EUA, é de 8 por 100; no Reino Unido, 10 por 100.

Os números de 2017 assustaram os economistas. Segundo a agência oficial de estatística, Rosstat, nasceram 1,69 milhão de crianças, menos 203 mil que em 2016. É o terceiro ano consecutivo de queda.

Por que nasce pouca gente? Num discurso em que abordou o tema pela primeira vez, Putin mencionou as incertezas sobre habitação, sistema de saúde e queda na educação. Em janeiro de 2018, o governo decidiu destinar uma ajuda, durante 18 meses, para as famílias que tivessem o primeiro filho. A ajuda é de cerca de R$ 700 mensais.

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As explicações sobre o alto índice de mortalidade coincidem ao apontar duas causas: o alcoolismo e o alto índice de aborto. Mas devem ser consideradas apenas referências. Há um grande número de doenças relacionadas com o tabagismo e alimentação inadequada.

A expectativa de vida na Rússia, segundo o Banco Mundial, era de 70,9 anos, contra 78,79 nos EUA e 75,99 na China. Mas a agência do governo já registrou um avanço favorável na Rússia: a expectativa passou para 71,87 anos. As mulheres vivem mais: 77,6 contra apenas 66,5 dos homens.

Enquanto a vodca é a grande adversária dos homens, o índice de abortos é de 225 por 110 mil, inferior apenas ao da Romênia, segunda as estatísticas.

A Rússia perdeu 20 mil pessoas na Segunda Guerra. Perdeu gente na Primeira Guerra e nos conflitos entre 1917 e 1922, quando os bolcheviques conquistaram o poder. Duas grandes fomes, nas décadas de 20 e 30, também contribuíram para reduzir a população.

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O governo sabe que está diante de um problema difícil, com implicações estratégicas. A taxa de nascimento na Chechênia, por exemplo, é bem mais alta do que a russa. Significa o crescimento proporcional da população muçulmana.

Na Sibéria, que faz fronteira com a China, há milhares de chineses prontos para registrar seus filhos na Rússia. Até que ponto isto interessa a uma Rússia preocupada com sua integridade nacional?

A reação aos jogadores negros nos estádios de futebol é um sintoma da dificuldade de absorver imigrantes no futuro. A organização denominada FARE (Footbal Against Racism in Europe) relacionou 84 episódios negativos nos estádios russos. A Fifa, por seu lado, investiga a partida em que a França venceu a Rússia por 3 a 1 e houve cantos imitando macacos dirigidos a Dembélé e Paul Pogba. Há uma reação interna ao racismo e um esforço dos dirigentes do futebol da Rússia para que isto não reapareça na Copa.

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