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Marcos Troyjo: Recapacitação é o novo nome da sustentabilidade

A China, por exemplo, investe mais em energia eólica e fotovoltaica, ou ainda em veículos elétricos, do que todos os outros países somados

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h43 - Publicado em 7 out 2017, 23h41

É bastante conhecido o parentesco próximo entre as noções de “ecologia” e “economia”. Não apenas pelas óbvias inter­relações envolvendo meio ambiente, produção e consumo, mas também pela etimologia. Ambas contêm a dimensão grega da casa, “óikos” (eco). Ao longo do tempo, convencionou-­se que uma vertente privilegiasse mais a abordagem com foco nos recursos naturais (a ecologia). A outra, a geração de riquezas (a economia).

Ficou claro que desde a inserção definitiva da temática da sustentabilidade na agenda internacional — que tem na Conferência da ONU de 1972 (Estocolmo) sobre o assunto marco pioneiro — buscou-­se aliar meio ambiente a desenvolvimento. Nessa dupla, não seria exagero afirmar que as deliberações que marcam a diplomacia multilateral obtiveram mais avanços no polo “ecológico” do que no “econômico”.

Das florestas ao clima, multiplicaram-­se tratados internacionais acerca de metas e parâmetros ambientais. Não se pode dizer o mesmo de mecanismos de cooperação para o desenvolvimento, incipientes seja no âmbito da ONU ou das chamadas instituições de Bretton Woods, como o Banco Mundial.

Aqui, vale ressaltar que os próprios pilares ecológicos da ideia de sustentabilidade passaram por expressiva evolução. Nesse processo, a Rio­ 92 e sua conferência de reavaliação duas décadas depois tiveram imenso papel. Foi possível avançar (ao menos conceitualmente) de uma certa “intocabilidade” dos recursos naturais — de sua “museificação” — para uma atitude mais amistosa ao “uso inteligente” do meio ambiente.

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É dizer, conseguiu­-se, por meio de pressupostos como a importância da renovação de fontes naturais e da gestão corporativa sustentável não deixar a “ecologia” afastar­-se demais da “economia”. Além disso, a própria prática de sustentabilidade ganhou fortes ventos de cauda de natureza mais estratégica — geopolítica, mesmo.

A China, por exemplo, em que muitos enxergam o grande vilão ambiental dos últimos anos, hoje investe mais em energia eólica e fotovoltaica, ou ainda em veículos elétricos, do que todos os outros países somados. Isso se deve à militância ambiental ter­-se alçado ao topo das políticas públicas? Apenas em (pequena) parte. O imperativo econômico e geopolítico que afronta os líderes chineses a terem de diminuir sua dependência da importação de barris de petróleo do Oriente Médio talvez fale mais alto.

Assim, a crescente incorporação do componente “desenvolvimento” à noção de sustentabilidade tem ganhado tração, dentre outros fatores, já que é absolutamente um bom negócio ser sustentável. Isso vale tanto para o marketing institucional de empresas ou países como para a própria satisfação do atual perfil de preferências do consumidor global. O êxito da Tesla ou decisões estratégicas da Volvo na produção de veículos elétricos estão aí para confirmar.

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Agora, um desafio adicional se impõe à ideia de sustentabilidade. Ele vai além do meio ambiente e volta a enfatizar aspectos econômicos. A rápida e profunda revolução industrial ora em curso é — pelas próprias características de seus setores de ponta (biotecnologia, automação, computação em nuvem, design remoto e impressão em 3D)— potencialmente pouco ofensivas ao meio ambiente.

Contudo, a celeridade com que torna obsoletos certos ofícios e aptidões é estonteante. Não há dúvida de que com essas tecnologias emergentes novas profissões são geradas. Isso é bem-­vindo. Nada há de automático, no entanto, em supor que as novas oportunidades serão aproveitadas por aqueles que perderam seus postos de trabalho em decorrência de uma ou outra inovação disruptiva.

Isso tudo coloca um peso ainda maior no papel das empresas no cenário socioeconômico contemporâneo. Dados do Atlas de Complexidade Econômica da Universidade Harvard mostram que a maioria das habilidades adquiridas para acompanhar a evolução tecnológica no âmbito da produção não é transmitida em escolas ou universidades, mas no próprio ambiente de trabalho.

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Assim, são as empresas as principais multiplicadoras desta nova camada que deve unir ecologia e economia. De agora em diante, recapacitação da força de trabalho é cada vez mais um novo sinônimo de sustentabilidade.

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