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Marcos Troyjo: Congresso do PC dá a Xi Jinping sua tríplice coroa

No rescaldo de meses que viram "cisnes negros" como o 'brexit' e a eleição de Donald Trump, Xi foi alçado à condição de "superstar" da globalização

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h42 - Publicado em 21 out 2017, 23h48

Nesta quarta-feira (18), teve início em Pequim o Congresso do Partido Comunista (PC) chinês. A reunião confirmou um novo mandato de cinco anos (que só se inicia em março de 2018) ao presidente Xi Jinping. A ocasião representa, neste ano, a outorga de uma “terceira coroa” ao líder chinês.

A primeira foi-lhe concedida no início do ano em Davos por Klaus Schwab e a elite que circula no Fórum Econômico Mundial. No rescaldo de meses que viram “cisnes negros” como o ‘brexit’ e a eleição de Donald Trump, Xi foi alçado à condição de “superstar” da globalização.

Se EUA e Europa aparentemente se direcionavam a uma guinada comercialmente protecionista e geopoliticamente isolacionista, a China de Xi aparecia aos que ascendiam aos Alpes suíços como campeão do livre comércio.

Nos EUA, o assunto era — e continua sendo — o individualismo nacional no campo das trocas internacionais. Trump abandonou o projeto em construção de um tratado comercial no Pacífico, flerta ciclicamente com uma guerra econômica contra a China e está virando o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) pelo avesso.

No Velho Continente, a ideia de “Fortaleza Europa” (quando o assunto é imigração) tendo de conviver com o potencial fragmentário seja do exemplo britânico, seja da intolerância transformada em força partidária em países como França, Holanda, Áustria ou Polônia.

Diante disso tudo, o líder chinês não economizou na imagem. Em seu discurso, o mais concorrido do Fórum, indicou que a atuação de seu país no mundo além de não fechar as portas da globalização econômica, as escancaria ainda mais. Naquele instante, e na comparativa incipiência de líderes nas tradicionais potências ocidentais, Xi Jinping era coroado “rei da globalização”.

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A revista “The Economist” deu a Xi Jinping sua segunda coroa. Em sua última edição, retrata o líder chinês como “homem mais poderoso do mundo”. Nas mãos do presidente chinês estariam as principais cartas não apenas para manter o fluxo global de mercadorias circulando com vigor, mas também em áreas que transcendem o comércio, onde a China é reconhecidamente uma superpotência.

Xi é a principal peça no tabuleiro da Península Coreana. Dado o histórico de cooperação entre Pequim e Pyongyang, a vizinhança geográfica e indispensabilidade de suprimento e mercado chineses para a Coreia do Norte, Xi é o obstáculo central para que uma situação já bastante delicada não se deteriore ainda mais.

E isso ganha tanto mais relevo no instante em que Pequim começa a rebalancear objetivos econômicos (que tiveram enorme precedência em todas as administrações de Deng Xiapoing até Hu Jintao) com os político-militares.

Essa mesma centralidade da China —e portanto de Xi— é visível tanto em seu protagonismo na agenda climática, como no papel de fonte irradiadora de investimentos.

O projeto “OBOR” (“One Belt, One Road”) que robustece a infraestrutura não apenas em sua vizinhança geoeconômica imediata, mas naquilo que mais amplamente se chama de “Eurásia”. Em termos comparativos, o OBOR implica mais recursos econômicos e compasso geográfico bastante mais aberto que o Plano Marshall.

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No Congresso que agora se inaugura em Pequim, Xi recebe sua terceira coroação. E ela não se reveste tão somente da concentração do poder em suas mãos ou de sua gestão coincidir com um momento esplendoroso do papel da China no mundo.

A tríplice coroa parece vir agora da constatação de que, para a grande maioria dos chineses (e para número crescente de líderes e elites de outros países), sob Xi a China evidencia que seu “sistema” é superior.

Tal situação foi bem definida pelo professor Li Xiguang, da Universidade Tsinghua, em comentário no “Financial Times” : coube a “Mao Tsé-tung derrotar invasores estrangeiros e a Deng Xiaping acabar com a fome. Já Xi ressalta a confiança em nosso sistema politico e econômico.”

Essa “terceira coroa” —a da certeza de que a China encontra-se no melhor caminho— representa um balde de água fria naqueles que apostavam numa reforma rápida, ampla e liberalizante do quadro político chinês.

Muitos supunham que com mais prosperidade, tecnologias e comunicações mais globalmente disponíveis e chineses viajando pelo mundo em números impressionantes, o hermetismo e centralização do poder na China teriam seus dias contados.

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Bem ao contrário, o fortalecimento da figura de Xi é símbolo de que os chineses têm pavor das imperfeições da democracia.

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