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José Mario Pereira: Encontros com Drummond

Na hora marcada, 10 da manhã, lá estava eu sendo recebido, de forma gentilíssima, pelo poeta cuja obra tanto admirava

Por Augusto Nunes 24 set 2017, 15h27

No início de abril de 1975, depois de muito ler e reler Reunião ̶  10 livros de poesia, resolvi tentar um encontro pessoal com Carlos Drummond de Andrade. Na Livraria São José, um sebo que ele frequentou até adotar a Leonardo da Vinci como ponto de referência no centro da cidade, ouvi que, desde 1964, Drummond comparecia todo sábado a uma reunião de literatos no apartamento do advogado e bibliófilo Plínio Doyle. Depois de perguntar a uns e outros, acabei conseguindo o endereço do local onde, com sorte, poderia dialogar, por alguns minutos, com o autor de A rosa do povo: Rua Barão de Jaguaripe, 74, Ipanema. Então, no dia 5, tratei de estar lá por volta das 15h30, horário em que, me disseram, Drummond costumava chegar. Só depois viria a saber que, muitas vezes, ele passava por lá rapidamente e seguia para outro lugar: o apartamento de Lígia Fernandes, sua namorada por mais de 30 anos. Localizado o prédio, fiquei de tocaia do outro lado da rua, e ali permaneci atento ao ir e vir das pessoas, na expectativa da chegada de Drummond, que eu só conhecia pela foto no livro que trazia comigo.

Depois de aguardar por cerca de meia hora, vislumbrei, na esquina da Joana Angélica, a magra figura do poeta em mangas de camisa, caminhando em passos rápidos na direção do prédio. Apressei-me em atravessar a rua para abordá-lo antes que entrasse. Tendo comigo apenas o livro dele, e inseguro quanto à acolhida que receberia, só consegui dizer: “Dr. Drummond!”. Ele se virou de imediato, ágil, e respondeu: “Sim!?”. Contei-lhe então, ali na calçada, que era estudante e leitor de sua poesia, e indaguei se poderia autografar meu exemplar de Reunião. Drummond esboçou um sorriso de assentimento, e eu já lhe passava o livro quando a porta da garagem se abriu de repente, quebrando o silêncio reinante, e de lá saiu um homem calvo, de expressão facial severa, que caminhou rápido em direção ao escritor consagrado, abraçou-o num gesto que sugeria também proteção, e solícito o conduziu para a porta, não sem antes olhar para mim e, com voz áspera e tom azedo, dizer: “Vá embora, garoto! Não incomode o poeta!”. Diante do inusitado da situação, fiquei mudo, tanto pelo susto provocado com o aparecimento repentino daquela figura que interrompera, de modo abrupto, o início de uma conversa que tinha tudo para ser simpática, como também pela grosseria com que me tratou. Percebi no rosto de Drummond certo embaraço com a situação, mas, como o outro continuava com a mão em seu ombro, abraçando-o, ele se deixou conduzir.

Ainda fiquei uns segundos ali, naquela calçada, rememorando os fatos, tentando entender a razão que levara aquele senhor a me tratar daquele modo. Sem decidir para onde ir, caminhei pelas redondezas até que deparei com um orelhão, e me ocorreu telefonar a um amigo que fizera há pouco: o jornalista Hildon Rocha, morador na Visconde de Pirajá, 452. Ele me convidou a ir ao seu apartamento para conversar um pouco e fazer um lanche. Lá chegando, contei o que acabara de vivenciar, descrevi o homem que me tratara mal, e Hildon o identificou de imediato: era Plínio Doyle, o anfitrião do chamado “Sabadoyle”. Meu amigo me aconselhou a não dar importância ao que se passara, não sem antes comentar que muitos tinham por grosseira a figura em questão. Em seguida, apanhou uma agenda sobre a mesa, examinou-a por alguns instantes e me ditou o telefone de Drummond, aconselhando-me que o contatasse.

Deixei passar uns dias, criei coragem e liguei para 227.5696. Foi o próprio poeta quem atendeu ao telefone. Identifiquei-me como o estudante recém-chegado ao Rio que o abordara dias antes na Barão de Jaguaripe, ele deu a entender que lembrava de mim, mas nada comentei sobre o ocorrido; limitei-me a consultá-lo se poderia deixar o exemplar de Reunião com seu porteiro para que o autografasse, adiantando que o apanharia de volta na data que melhor lhe conviesse. Sua resposta me soou como uma reparação, e me encheu de alegria: “Não deixe na portaria não; venha aqui em casa, pois quero conversar com você”. E marcou o dia 20 de abril, um domingo, para me receber em seu apartamento, no sétimo andar do número 60 da Rua Conselheiro Lafayette, em Copacabana. Nem acreditei! Na hora marcada, 10 da manhã, lá estava eu sendo recebido, de forma gentilíssima, pelo poeta cuja obra tanto admirava. Ele próprio abriu a porta, me estendeu a mão com a naturalidade de quem me conhecia há tempos, e me conduziu ao seu pequeno escritório, onde conversamos por quase três horas.

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Durante minha permanência ali, pude notar que tudo era muito organizado e limpo, com os livros em sua maioria encadernados; Drummond só possuía no local o básico para o seu trabalho como cronista semanal no Jornal do Brasil ̶  onde escrevia, há mais de uma década, às terças, quintas e sábados. Também me chamaram atenção as fotos de família emolduradas em sua mesa de trabalho, junto com recortes de jornais com marcações a caneta, e a máquina de escrever, cujo aspecto deixou-me a impressão de ter sido adquirida há pouco, tal o seu estado de conservação. Em todo o tempo em que permaneci na companhia de Drummond ele se mostrou atencioso e cordial. Perguntou onde eu tinha nascido, onde estudava, o que estava lendo no colégio; comentou que o trabalho de cronista exigia muito dele, embora só escrevesse sobre o que queria, e por fim autografou meu exemplar de Reunião. De um jato, e quase sem tirar a caneta do papel, escreveu como dedicatória uma quadra – que penso ser inédita, pois não a encontrei em sua obra reunida: “Os fazendeiros do ar… eles semeiam/roças de pura ausência, e o estranho gado/que pela noite adentro ainda campeia/é um lembrar do futuro, já passado”.

Ao longo de nossa conversa, eu passeava os olhos pelas estantes ao meu alcance, e lá vi obras de autores que então desconhecia, entre eles Apollinaire, Baudelaire, Léautaud (vários volumes do seu diário), Mauriac e Valéry. Um tanto encabulado, comentei que não havia compreendido integralmente o ensaio de Antonio Houaiss que abria o Reunião. Drummond riu e falou: “Não se preocupe com isso. Eu também não entendi tudo o que está lá”. Perguntei se nunca pensara em se candidatar à Academia Brasileira de Letras, e respondeu: “Não, nunca. Tenho amigos ali, e alguns já me sondaram, mas prefiro ficar no meu canto. Na última vez em que o Abgar Renault me falou nesse assunto, eu disse que da ABL quero mesmo é que voltem a publicar livros, como fez o Afrânio Peixoto quando esteve na presidência da instituição, e que editem um dicionário da língua portuguesa como o da Real Academia Española”. Então se levantou, apanhou numa estante o Diccionario de la Lengua Española, encadernado em couro marrom, abriu numa página e, dando a impressão de examinar uma abonação qualquer, comentou que a obra lhe era muito útil, e que a consultava com frequência.

Também foi gentil ao me mostrar algumas raras edições encadernadas, entre elas a primeira de Alguma poesia, que marcou sua estreia em 1930, e cuja tiragem, de apenas 500 exemplares, ele mesmo pagou. Perguntei se frequentava os sebos da cidade, e me contou que já não fazia isso como antigamente, mas vez por outra ia à Livraria Brasileira, no edifício Avenida Central. Depois ressaltou que recebia muitos livros mas, por falta de espaço, doava o que podia; frequentemente mandava caixas deles para uma biblioteca mantida pelo escritor Orígenes Lessa em Lençóis Paulista, cidade natal do autor de O feijão e o sonho. Indaguei-lhe como organizava seus volumes de crônicas e ele me garantiu que isso acontecia naturalmente: ia guardando os recortes de jornal e, quando tinha um número suficiente, fazia a seleção e enviava à editora José Olympio. Numa carta a José Guilherme Merquior, em 11 de dezembro de 1972, Drummond faz uma declaração que merece ser transcrita aqui, tanto pelo seu ineditismo, quanto pela sinceridade com que se expressa:

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“(…) Não sei se você estará certo no que diz sobre minhas crônicas, muito embora sinta muita satisfação em ver assim valorizado meu trabalho de jornal. A verdade é que não pretendo ir além do entretenimento matinal do leitor, e se o consigo, fico em paz comigo mesmo. Considero esse trabalho estritamente profissional, e procuro fazê-lo corretamente, mas sem ilusões quanto à sua durabilidade e ao seu teor literário. Mas então ̶ perguntará você ̶ por que diabo o reúne em livro? Bem, a razão é que o público brasileiro manifesta certo interesse momentâneo ̶ talvez hoje um pouco menor do que há alguns anos ̶ por esse gênero de amenidades, e ele tem servido ao ensino de Português vivo nos colégios. Isso resulta em livro, e em algum lucro pecuniário para o cronista, que não é acionista da Petrobrás e precisa viver…”

Lá pelo meio da conversa, Drummond voltou a se levantar, pegou um volume da Enciclopédia Delta Larousse na estante atrás de mim, e me mostrou o tipo de atualização que costumava fazer nela: quando lia algo interessante nos jornais, ou se alguém morria ou publicava um livro importante, ele ia ao verbete correspondente à pessoa ou ao tema e inseria ali, com sua letra miúda e firme, a informação recente. Era, como se vê, minucioso, atento a tudo, com propensão a arquivista em relação ao que dizia respeito a seu métier.

Falamos até de aniversário, dada a coincidência de sermos do mesmo mês de outubro, e ele observou que sentia desconforto com comemorações: admirava os amigos que gostavam de festa mas, por ser um tímido, sempre optou por ficar quieto no seu canto. Recentemente, tive a confirmação do que ele me disse então, ao tomar conhecimento de uma carta, inédita, escrita por Drummond, em 7 de novembro de 1977, ao poeta e pintor José Paulo Moreira da Fonseca, na qual sintetiza com precisão esse seu sentimento gauche:

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“Meu querido José Paulo,

Ainda não me acostumei, não digo a envelhecer, mas a tirar do tempo motivos de comemoração. A velhice não se recusa: aceita-se com a possível serenidade. Mas celebrar o feito de estar mais velho, isso ainda não aprendi. (…) Então, os amigos vêm e nos ajudam a transformar em alegria íntima o que parecia ato forçado. É uma ajuda providencial, pois do contrário seríamos simplesmente notícia, motivo de reportagem e curiosidade pública. (…) Você tem sido um desses amigos salvadores, pela reiteração do afeto participante, nobre e cheio de pureza”. (…)

O tempo passou rápido nessa manhã em companhia de Drummond, e a conversa só se encerrou quando ouvi uma voz de comando dizer, à distância: “Carlos, o almoço está na mesa!”, o que entendi como um sinal para eu ir embora. Ao me despedir dele, vi, no meio da sala pouco iluminada, sua mulher, d. Dolores, a quem cumprimentei de longe, mas ao meu “bom dia” ela respondeu apenas com um leve movimento de cabeça.

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A partir de então, passei a encontrar o filho ilustre de Itabira nos mais diversos lugares. Afora isso, quando uma crônica sua me tocava, eu ligava para cumprimentá-lo. Ele agradecia, mas nunca esticou conversa ao telefone. Lembro-me dele na sede da José Olympio, na Rua Marquês de Olinda, em Botafogo, onde costumava se demorar na sala de Daniel Pereira, irmão de J. O., que cuidava da produção da casa. Foi ali que deixou para mim, em 11 de agosto de 1975, dois livros seus: a 2a edição de Boitempo e A falta que ama, com a dedicatória: “José Mario: o velho mineiro na fase das memórias deixa aqui um abraço para você, que ainda não está colecionando lembranças”; e As impurezas do branco, onde escreveu: “Para José Mario, com toda a simpatia do Carlos Drummond” (este exemplar, infelizmente, me foi roubado). Ainda na editora José Olympio, presenciei uma conversa amistosa sua com Gilberto Mendonça Telles, autor de Drummond ̶ A estilística da repetição; e, no começo dos anos 80, compareci à animada noite de autógrafos coletiva de que participou, ao lado da filha Maria Julieta.

No final da década de 70, mais de uma vez o observei à distância, na entrada do Palácio Capanema, na Av. Graça Aranha, atento aos elevadores, inquieto, movendo-se de um lado para outro, à espera de Lígia, que lá trabalhava. Quando Drummond a via chegando ao seu encontro, punha-se de imediato a andar na direção da Araújo Porto Alegre; dali entravam pela México, e a seguir pegavam a Almirante Barroso até o edifício Marquês de Herval, na Rio Branco, em cujo subsolo funcionava a Livraria Leonardo da Vinci. Sempre me chamou a atenção, nas vezes em que presenciei esse ritual, o fato de Drummond não fazer nenhum afago ou cumprimento à chegada da namorada, certamente por pudor de externar intimidade em público, ou medo de ser fotografado. Ele nem mesmo andava ao lado de Lígia, mas um passo ou dois adiante, e assim iam até à Leonardo da Vinci. Lá falei com ele diversas vezes, rapidamente, porém nunca ouvi a voz de Lígia.

A dona da livraria, d. Vanna Piracini, a quem Drummond estimava e com quem conversava muito ̶ diziam até que fora apaixonado por ela ̶ ficava atenta: quando via alguém desconhecido puxando papo com o poeta, levantava-se, encostava no desavisado e pedia que não o incomodasse. Drummond tinha por hábito examinar com Lígia as mesas de livros na primeira sala, dando voltas em torno delas, enquanto faziam comentários inaudíveis aos demais. Certa ocasião, encontrei o casal na segunda sala da livraria, sentado num banco de forro preto, rente à vitrine que dava para o corredor; alheios a tudo, folheavam com atenção um livro de grande formato, apoiado sobre as pernas. Mesmo à distância – pois diante da cena ninguém ousava se aproximar – ficava evidente que o poeta e sua musa estavam ali de namorico.

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Na mesma Leonardo da Vinci, onde costumava fazer suas encomendas e consultar catálogos de editoras internacionais à procura de livros que o interessavam, cheguei a ver Drummond trocando impressões sobre temas da política com o cartunista Álvarus, colecionador de livros de desenhos eróticos, matéria que o poeta apreciava e consumia; conversando com Guilherme Figueiredo, que ali fora em busca de um ensaio de Valéry sobre a dança; ou folheando, em companhia do artista gráfico Salvador Monteiro, a quem tinha em alto conceito, um volume com gravuras de Aubrey Beardsley.

Lembro ainda, vividamente, de sua presença incentivadora ̶ e a de outro mineiro também ilustre, Juscelino Kubitschek ̶ no lançamento de Bagagem, livro de estreia de Adélia Prado, edição da Imago, numa galeria da Praça Nossa Senhora da Paz, quase na esquina da Barão da Torre, em Ipanema. Ele não só escreveu sobre a poesia de Adélia como fez questão de recebê-la, com seu marido José de Freitas mais o editor e amigo Pedro Paulo de Sena Madureira (que a seguir iria trabalhar na Nova Fronteira), para drinques e comidinhas em seu apartamento. Recordo ainda das vezes em que o encontrei, no fim da tarde, no “frescão”, o ônibus com ar condicionado que se apanhava na Av. Erasmo Braga, rumo a Ipanema; numa delas, tinha como companhia um pequeno livro sobre Rembrandt editado pela Skira. Também na Livraria Folhetim, que, na segunda metade dos anos 70, funcionava numa galeria da Av. Prado Júnior, em Copacabana, o vi em conversa fraterna com Affonso Romano de Sant’Anna e Marina Colasanti, por ocasião do lançamento de um dos volumes das memórias de Pedro Nava.

Encontrei-o em 1980, com d. Dolores, barba por fazer, no velório de Vinicius de Moraes no São João Batista, onde vi Tônia Carrero afagando, ternamente, a cabeça do morto; em 1982, por ocasião de seu octogésimo aniversário, na sede da Nova Fronteira, quando, por interferência de Maria Julieta, Otto Lara Rezende e Pedro Paulo, aceitou dar longa entrevista a Leda Nagle e Teresa Walcacer, gravada para a TV Globo na sala de Sérgio Lacerda, o principal sócio da editora; na Biblioteca Nacional, de pé ao lado de José Guilherme Merquior, que o saudou de improviso pelos seus 80 anos; alegre e elegante, em junho de 1983, conversando com Antônio Carlos Villaça, Fernando Sabino e Pedro Paulo no apartamento de Pedro Nava, na Rua da Glória 170/702, na festa de 80 anos do admirável memorialista… Em todas essas ocasiões, penso ter achado o momento certo para cumprimentá-lo, ou comentar sobre algum recente escrito seu. Ele agradecia, atencioso, mas algo no tom de sua voz sinalizava desconforto com o mais mínimo elogio a um poema ou crônica sua. Drummond era reservado e fugidio, e, pelo que soube depois, só se mostrava realmente à vontade no trato com as mulheres.

Os anos se passaram, e continuei acompanhando o que Drummond publicava em livros e jornais, afora as notícias que me chegavam dele por intermédio de amigos comuns. Com sua filha Maria Julieta, cujo olhar sempre me pareceu exalar uma contida melancolia, conversei em diversas ocasiões, principalmente em lançamentos de livros aos quais ela costumava comparecer com o namorado, o escritor Otávio Mello Alvarenga, que mais tarde escreveu sobre Drummond num tom que desagradou a muitos amigos e admiradores do poeta.

Já em relação a Plínio Doyle me mantive à distância, evitando as rodas onde, porventura, ele estivesse. Nos lançamentos da José Olympio, meu radar permaneceu sempre atento à sua aproximação, pois ele era frequentador assíduo da editora. Nunca me animei a lhe propor qualquer diálogo, embora com o tempo tenha adquirido suficiente informação sobre sua contribuição meritória à nossa história literária por intermédio da criação do Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, na Casa de Ruy Barbosa, onde desde 1989, por determinação sua, se encontra a preciosa biblioteca que construiu ao longo da vida.

Ironicamente, em 1996, quando reeditei D. João VI no Brasil, 51 anos depois da 2a edição pela José Olympio, soube que ele aplaudiu a iniciativa, mostrou-se curioso a meu respeito, e encarregou a escritora Maria José de Queiroz de me transmitir o convite para ir, num sábado próximo, ao seu agora histórico “Sabadoyle”. À minha amiga e editada pedi que transmitisse meu agradecimento pelo convite, mas lá não fui, posto que continuava forte em mim o eco da frase indelicada com que me brindou à porta de seu prédio, no distante abril de 1975, apenas porque eu ousara abordar Drummond em busca de um pouco de conversa e de um autógrafo no meu exemplar de sua poesia reunida.

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