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Gustavo Franco: “Vivemos um capitalismo pela metade”

Entre vários outros assuntos, o ex-presidente do Banco Central falou de questões econômicas e das reformas propostas pelo governo Michel Temer

Por Branca Nunes Atualizado em 28 nov 2017, 19h49 - Publicado em 28 nov 2017, 19h34

O economista Gustavo Franco foi o convidado do Roda Viva desta segunda-feira. Integrante da equipe que formulou e implantou o Plano real, ele presidiu o Banco Central e foi diretor da Área Internacional da instituição de 1993 a 1999. Depois de deixar o serviço público, fundou a Rio Bravo Investimentos, que tem cerca de R$ 11 bilhões sob gestão. Ele acaba de lançar A moeda e a Lei, seu mais recente livro. Confira trechos da entrevista:

“Em 80 anos, de 1933 a 2013, foram 9 moedas. Isso não tem paralelo no mundo. A relação entre o Real e o Cruzeiro Real não era de um para mil, mas de um para 2.750, o que é ainda mais exótico. Portanto, esse é um livro sobre zeros e nulidades. Escolhi 1933 como ponto de partida, porque é quando o dinheiro passa a ser um pedaço de papel de aceitação obrigatória. A partir daí, é um aprendizado, um tropeço atrás do outro”.

“O PMDB abraçou uma agenda econômica que, embora não faça parte do DNA do partido, talvez seja seu capital político mais importante”.

“O governo FHC fez um pedaço da reforma da previdência, o governo Lula outro, o Temer está tentando fazer outro e provavelmente haverá outros. Não precisamos fazer ‘A’ reforma. O ideal seria que tivéssemos uma agenda política de permanente reforma e inovação”.

“O mercado financeiro não acredita que os extremos do universo político que estão encabeçando as pesquisas eleitorais serão radicais na economia. Ambos estão se dirigindo para o centro. Todo mundo está se comprometendo com a responsabilidade fiscal. Portanto, existe um otimismo pé no chão”.

“O Brasil está na 125ª posição entre 190 países num ranking de nações boas para os negócios. São analisadas categorias como facilidades para abrir e fechar empresas, conseguir crédito, entre muitas outras. Essa é uma posição vexaminosa”.

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“Está errado pensar que o Estado vai dar tudo que já não tenha tirado de você. Se ele dá alguma coisa para um é porque tirou de outro. Por exemplo: ele tira do jovem que trabalha para dar para o velho que se aposentou. O papel do Estado é intermediar relações sociais de maneira democrática, justa. Tudo o que nosso Estado não faz”.

“O trabalhador vai se aposentar com aquilo que poupou. Um dos pilares do sistema é que os jovens patrocinam os velhos, mas isso começa a se deteriorar quando se passa a ter mais velhos na sociedade. Quem poupa pelo trabalhador hoje é o Estado, com o pagamento do FGTS, e o governo aplica esse dinheiro da pior maneira possível”.

“O Brasil permanece uma das economias mais fechadas do mundo e isso é uma das razões para termos uma produtividade tão baixa. A Coreia, que escolheu a abertura, multiplicou sua renda per capta por três comparando com o Brasil”.

“O sistema financeiro que temos é muito concentrado. Temos cinco bancos e que oferecem uma experiência negativa aos clientes”.

“Sou um otimista incorrigível. Acredito que a nova legislatura terá muita gente do Novo, do Livre, do Renova, do Agora. Quando essas pessoas se encontrarem no Congresso, vão se identificar e criar um bloco. Pode não ser majoritário, mas fará diferença”.

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“A concorrência tem o poder de acabar com o capitalismo de quadrilha que existe no país. Outro problema é o Estado muito grande. Mais concorrência e menos Estado é uma equação que diminui a corrupção”.

“Vivemos um capitalismo pela metade. Temos um país de empreendedores, os brasileiros querem crescer individualmente. É um individualismo saudável de pessoas que querem ter seu próprio negócio, mas existe uma série de empecilhos. É preciso remover isso para conseguir o progresso do país”.

A bancada de entrevistadores reuniu Denise Campos de Toledo (comentarista de economia da TV Gazeta e da rádio Jovem Pan), Giuliana Napolitano (editora-executiva de finanças da Exame), José Fucs (repórter especial do Estadão), Márcio Kroehn (editor da IstoÉ Dinheiro) e Toni Sciarretta (editor-assistente de finanças do Valor). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido pela TV Cultura.

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