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Estelionato coletivo: a turma da Papuda sem grades resolveu ampliar o prontuário com três meses de férias remuneradas

Por fora, o Congresso Nacional é uma das mais sedutoras criações da grife Niemeyer. Por dentro, lembra um ajuntamento de meliantes que, em vez de “mano” ou “brother”, usam o tratamento de Vossa Excelência. Pode-se identificar os inquilinos pelo terno escuro que jamais se entende com a gravata, pelo sorriso de aeromoça, pela expressão confiante […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 03h28 - Publicado em 17 jul 2014, 21h00

Renan Calheiros

Por fora, o Congresso Nacional é uma das mais sedutoras criações da grife Niemeyer. Por dentro, lembra um ajuntamento de meliantes que, em vez de “mano” ou “brother”, usam o tratamento de Vossa Excelência. Pode-se identificar os inquilinos pelo terno escuro que jamais se entende com a gravata, pelo sorriso de aeromoça, pela expressão confiante de quem se acha condenado à perpétua impunidade e pelos cabelos adubados por implantes, pintados de preto-graúna ou descambando para o amarelo-icterícia. Dependendo da lista de presentes, a sede do Parlamento é uma Papuda sem grades.

Em princípio, portanto, a decretação do “recesso branco” que suspenderá até outubro as atividades da Câmara e do Senado é notícia boa. Pelo menos por três meses, o país que só cresce à noite porque o governo está dormindo ficará menos intranquilo durante o dia graças à desativação temporária da fábrica de espertezas. O problema é que deputados e senadores pretendem ampliar o prontuário enquanto desfrutam das férias eleitoreiras. Mesmo distantes do local do emprego, resolveram continuar embolsando os mais de R$ 100 mil por cabeça que tungam a cada mês.

Decidido a provar que a interrupção do trabalho não interrompe o trabalho, Renan Calheiros reforçou a suspeita de que a expansão da cobertura capilar piorou o resto da cabeça. “O recesso é quando você paralisa o Legislativo”, atrapalhou-se o presidente do Senado. “Quando deixa apenas de convocar ordem do dia não é recesso, porque o Congresso continuará funcionando, discutindo. Pode reunir as comissões permanentes. O que não haverá é votação”.

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A institucionalização da vadiagem remunerada é mais que um monumento à insolência. É um afrontoso caso de polícia que exige castigo, informa o Código Penal. Mais precisamente o artigo 171, que define o crime de estelionato: “Obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”.

Se o Ministério Público enquadrasse sem medo delinquentes com imunidade parlamentar, se o Supremo Tribunal Federal cumprisse sem demora o seu dever, centenas de punguistas federais seriam transferidos para a Papuda com grades.

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