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Editorial do Estadão: Terror na Nicarágua

ONG afirma que, ao menos 448 pessoas morreram, cerca de 2,8 mil ficaram feridas e 595 estão desaparecidas desde o início dos protestos no país

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h22 - Publicado em 30 jul 2018, 07h12

Na quinta-feira passada, a Associação Nicaraguense Pró-Direitos Humanos (ANPDH) divulgou relatório preliminar com o número de vítimas resultantes de pouco mais de três meses de uma crise social e política que vem expondo ao mundo a natureza cruel e autoritária do governo do presidente Daniel Ortega, no poder intermitentemente desde a Revolução Sandinista de 1979.

De acordo com a organização não governamental (ONG), ao menos 448 pessoas morreram, cerca de 2,8 mil ficaram feridas e 595 estão desaparecidas desde o início dos protestos, em 18 de abril, inicialmente contra a reforma do sistema previdenciário aprovada dois dias antes, mas que logo se transformaram em um movimento mais amplo contra o governo. O número de vítimas pode ser ainda maior, uma vez que os observadores da ONG não conseguiram confirmar suspeitas de assassinatos em áreas de difícil acesso.

A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou dura resolução no dia 18 deste mês em que “condena veementemente” a violenta repressão aos protestos praticada pela polícia e por milícias paramilitares a soldo do governo de Daniel Ortega, tal como ocorre na Venezuela sob a ditadura de Nicolás Maduro.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) também responsabilizou o governo nicaraguense por ordenar “assassinatos, execuções extrajudiciais, maus-tratos, possíveis atos de tortura e detenções arbitrárias contra a população predominantemente jovem”. Um desses jovens foi a estudante universitária brasileira Raynéia Gabrielle Lima, de 30 anos, morta a tiros na noite da segunda-feira passada em Manágua, capital do país. A informação oficial dá conta de que a brasileira foi morta por um “segurança particular” em local próximo ao Colégio Americano, em um bairro nobre da capital. Entretanto, testemunhas afirmam que Raynéia, que cursava o último ano de medicina na Universidade Americana de Manágua, foi morta por tiros disparados contra seu carro por paramilitares que ocupam a Universidade Nacional Autônoma.

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, tem sido vigoroso na cobrança das autoridades nicaraguenses para que prestem informações que, de fato, levem ao esclarecimento do brutal assassinato de uma cidadã brasileira. “O governo da Nicarágua diz que foi um guarda de segurança particular (quem matou Raynéia). Mas quem foi? Qual o calibre da arma? Em que circunstâncias a morte ocorreu? Não houve, até agora, um esclarecimento. Nós vamos insistir porque isso nos parece absolutamente inaceitável”, disse o chanceler Aloysio Nunes Ferreira após a cúpula dos Brics, na África do Sul.

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Até o momento, o PSOL foi o único partido do chamado campo das esquerdas a condenar, no País, a violência praticada pelo governo da Nicarágua. “Parece claro que Daniel Ortega esteve envolvido em violações de direitos humanos e reprimiu violentamente as manifestações”, disse Juliano Medeiros, presidente do partido.

A escalada de terror não sensibilizou lideranças do PT, o que não chega a surpreender. A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do partido, preferiu se calar. Já Mônica Valente, secretária de Relações Internacionais do PT, afirmou durante recente reunião do Foro de São Paulo que, “depois de tantos sucessos, sofremos (a esquerda) uma contraofensiva neoliberal, imperialista, multifacetada, com guerra econômica, midiática, golpes judiciais e parlamentares, como ocorre na Nicarágua hoje e ocorreu na Venezuela”.

Ao Estado, Luciana Santos, presidente do PCdoB, relativizou a repressão do governo Ortega: “Vemos uma tentativa de setores inconformados com a vitória do Ortega de desestabilizar o governo popular e nacional. É um vale-tudo, como aconteceu no Brasil e em vários países da América Latina”.

A crise na Nicarágua poderá ter alguma chance de solução se governo e oposição abrirem diálogo sob mediação de parte independente. No Brasil, serve para separar os democratas dos liberticidas.

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