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Editorial do Estadão: Preservação da Mata Atlântica

O avanço conseguido na preservação da Mata Atlântica é importante por constituir uma demonstração do muito que se pode fazer em outros biomas

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 19h41 - Publicado em 31 Maio 2019, 07h11

Os esforços para a preservação da Mata Atlântica vêm apresentando resultados altamente positivos, de acordo com dados colhidos pela Fundação SOS Mata Atlântica. Os mais recentes, referentes ao período 2017-2018, mostram que o desmatamento neste bioma caiu 9,3% em comparação com o de 2016-2017. É uma notícia animadora para todos os empenhados na defesa do meio ambiente, num momento em que este problema está, mais do que nunca, na ordem do dia em todo o mundo, e no qual o Brasil ocupa posição de particular importância.

O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 2017-2018 trouxe o melhor resultado desde 1985. Em 2017-2018, foram desmatados 11.399 hectares (ha), ou 113 km² de áreas acima de 3 ha, e em 2016-2017, o desmatamento foi de 12.562 ha, ou 125 km². Dos 17 Estados que integram a Mata Atlântica, 9 tiveram nível de desmatamento zero, o que significa deflorestamento abaixo de 100 ha, ou 1 km²: Ceará (7 ha), Alagoas (8 ha), Rio Grande do Norte (13 ha), Rio de Janeiro (18 ha), Espírito Santo (19 ha), Paraíba (33 ha), Pernambuco (90 ha), São Paulo (96 ha) e Sergipe (98 ha).

Três Estados caminham na mesma direção: Mato Grosso do Sul (140 ha), Rio Grande do Sul (171 ha) e Goiás (289 ha). Os cinco outros Estados tiveram índices de desmatamento considerados inaceitáveis: Minas Gerais (3.379 ha), Piauí (2.100 ha), Paraná (2.049 ha), Bahia (1.985 ha) e Santa Catarina (905 ha). Deve-se notar que nos vários grupos há Estados ricos e pobres, ou seja, não é a disponibilidade maior ou menor de recursos para investir em ações de preservação que determina os resultados, mas o empenho do poder público na política ambiental.

Um bom exemplo disso é a Bahia. Em 2015-2016, ela teve o pior desempenho de todos os 17 Estados, com 12.288 (ha) desmatados, número superior ao do total de desmatamento do último levantamento, de 2017-2018. No ano seguinte, o Estado comprometeu-se a se empenhar mais nas ações de combate ao desmatamento e conseguiu reduzi-lo em 67%, baixando-o para 4.050 (ha). Apesar de continuar no grupo dos maiores desmatadores, teve uma nova redução, de 51%.

Ieda Del’Arco Sanches, pesquisadora e coordenadora técnica do estudo pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que participa da elaboração do Atlas, assinala outro fato importante. Depois de atingir 29.075 (ha) em 2015-2016, o desmatamento diminuiu bastante nos últimos dois anos. É a primeira vez que o desmatamento diminui em dois anos consecutivos. “O quadro é bastante promissor, mas é preciso manter o ritmo no combate ao desmatamento para não retroceder”, afirma.

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A advertência é oportuna, porque muitos especialistas veem risco de retrocesso na política ambiental brasileira. As mudanças que estão sendo feitas nela pelo governo do presidente Jair Bolsonaro acenderam um sinal de alerta. Para o mesmo risco chama a atenção o diretor de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani. Ele adverte que é preciso que todos fiquem atentos às mudanças propostas pelo governo federal, porque elas podem reverter as conquistas já alcançadas. E acrescenta: “Não podemos permitir o enfraquecimento da gestão ambiental e nenhuma tentativa de flexibilização da legislação”.

O avanço conseguido na preservação da Mata Atlântica é importante por ela ser uma das florestas mais ricas do planeta em diversidade de espécies ─ apesar de dela restarem só 12,4% de sua área original ─ e por constituir uma demonstração do muito que se pode fazer em outros biomas. Mas isto não é uma garantia de que tudo vai bem. A divulgação do estudo da SOS Mata Atlântica coincidiu com uma má notícia vinda da Amazônia.

Os números relativos ao desmatamento da Amazônia em 2018 são considerados os piores de toda a história. No período encerrado em julho do ano passado ─ as medições oficiais são feitas de agosto até julho do ano seguinte ─, foram desmatados 20.200 (ha), um recorde. O contraste com a Mata Atlântica é gritante.

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