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Editorial do Estadão: Insatisfeitos com a democracia

Fortalecer o compromisso democrático envolve melhorar a atuação do Estado, assegurando que cada um dos Três Poderes atue de forma eficaz e diligente

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 19h45 - Publicado em 6 Maio 2019, 07h55

Há no mundo um grande número de insatisfeitos com o funcionamento da democracia, informa o Pew Research Center. Realizada com mais de 30 mil pessoas de 27 países entre maio e agosto de 2018, a pesquisa relata que 51% dos entrevistados se mostraram insatisfeitos com o funcionamento da democracia em seu país. Apenas 45% afirmaram estar satisfeitos.

O descontentamento observado não se refere à democracia em si, lembra o Pew Research Center. Em geral, as pessoas estão de acordo com os elementos centrais da democracia representativa liberal e não se mostram dispostas a apoiar formas autoritárias de governo. No entanto, o aumento da insatisfação com o funcionamento das instituições pode diminuir ou até mesmo esvaziar o compromisso efetivo com a prática democrática, expresso, por exemplo, no respeito aos âmbitos do Poder Legislativo.

O aumento do descontentamento com o funcionamento da democracia não é um fenômeno uniforme. Mesmo entre nações vizinhas nota-se uma grande diferença nas avaliações de cada população. Na Suécia e Holanda, por exemplo, mais de 60% dos cidadãos estão satisfeitos com o estado atual da democracia em seus países. Já na Itália, Espanha e Grécia, a maioria avalia negativamente o funcionamento de suas democracias.

Os números do Brasil em 2018 foram especialmente ruins. A imensa maioria (83%) afirmou estar insatisfeita com o funcionamento da democracia no País. Apenas 16% dos entrevistados disseram estar satisfeitos. No ano anterior, o porcentual de descontentes havia sido de 67%. O crescimento da insatisfação constatado pela pesquisa foi especialmente sentido nas eleições do ano passado, tanto pelo alto índice de renovação do Congresso como pela eleição como presidente de um candidato que se apresentou unicamente como anti-establishment.

Na tentativa de entender as causas do descontentamento com a democracia, o Pew Research Center inquiriu os entrevistados sobre questões econômicas, políticas, sociais e de segurança pública. O resultado da enquete é muito interessante, revelando como os cidadãos avaliam na prática as instituições democráticas.

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Três são as percepções da população que provocam maior descontentamento com a democracia: que as eleições trazem poucas mudanças, que os políticos são corruptos e que os tribunais não tratam as pessoas de forma justa. No aspecto positivo, os três elementos que mais reforçam a confiança da população na democracia são a proteção da liberdade de expressão, a oferta de oportunidades econômicas e a garantia de segurança pública. Vale notar que 55% dos brasileiros consideram que a liberdade de expressão não está devidamente protegida no País.

A pesquisa constatou ainda uma forte percepção entre o estado da economia de um país e a avaliação do funcionamento de sua democracia. Em 24 dos 27 países pesquisados, quem tem uma visão negativa da economia tem mais propensão a mostrar-se insatisfeito com o funcionamento da democracia. Relação ainda mais forte foi observada a respeito das oportunidades econômicas. Em 26 dos 27 países, quem considera que não pode melhorar de vida está mais propenso a avaliar negativamente o funcionamento da democracia em seu país.

O nível de renda não se mostrou um fator decisivo na avaliação da democracia, afirma a pesquisa. Os mais ricos não tendem a uma valoração mais positiva, e tampouco os mais pobres, a uma avaliação mais negativa. Variáveis demográficas, como sexo, idade e educação, também não apresentaram relação direta com o grau de satisfação com o funcionamento da democracia.

Objetivo sempre necessário, fortalecer o compromisso democrático envolve, portanto, melhorar a atuação do Estado, assegurando que cada um dos Três Poderes atue de forma eficaz e diligente, em sintonia com suas competências e responsabilidades. Se o descontentamento com a democracia cresceu, é sinal de que o Estado precisa com urgência funcionar melhor.

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