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Editorial do Estadão: Disposição para consumir

Bons prognósticos dependerão principalmente do bom senso e da competência do novo governo

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h02 - Publicado em 16 jan 2019, 16h07

Com boa disposição para ir às compras, as famílias darão um firme suporte à recuperação da economia, nos próximos meses, se tiverem maior segurança quanto ao emprego e continuarem confiando no governo. A disposição para consumir foi evidenciada, mais que em meses anteriores, no movimento do comércio varejista em novembro. Recém-divulgado, o balanço do mês apontou um volume de vendas 2,9% maior que o de outubro no varejo. Foi a maior alta para o período da série iniciada em 2000. No ano, as vendas foram 2,5% maiores que as dos 11 meses correspondentes de 2017. Apesar disso, as vendas ficaram 5,1% abaixo do pico registrado em outubro de 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve uma considerável melhora, desde o fim da recessão: em dezembro de 2016, o volume comercializado foi 13,5% inferior ao ponto mais alto da série. Apesar da reação, será preciso cobrir um amplo espaço para retornar ao nível anterior à crise.

Os números de novembro, melhores que os previstos pelo mercado, são em boa parte explicáveis pelas promoções da Black Friday, na avaliação de analistas do setor privado e também da gerente da pesquisa mensal de comércio do IBGE, Isabella Nunes. Mas o movimento da Black Friday foi bem maior que nos anos anteriores e para dar conta dessa diferença é preciso recorrer a dados de outra ordem: a melhora da conjuntura, a maior confiança dos consumidores depois das eleições e a melhora do emprego, embora a desocupação ainda seja elevada.

O desemprego, pouco abaixo de 12% da força de trabalho, ainda inibe o consumo, mas o aumento da ocupação, impulsionado principalmente pelo mercado informal, contribui para movimentar a economia. A retomada, embora lenta, continua, e isso é mais visível quando se examinam períodos de um ano ou mais longos.

O volume de vendas do varejo restrito foi 4,4% maior que o de novembro de 2017. O acumulado em 12 meses foi 2,6% superior ao do período imediatamente anterior.

A recuperação é observada também quando se examinam os números do varejo ampliado. No conceito básico, o comércio varejista inclui os segmentos de combustíveis e lubrificantes, hiper e supermercados, móveis e eletrodomésticos, artigos farmacêuticos e de perfumaria, livros, jornais, revistas e papelaria, equipamentos e materiais para escritório e comunicação e outros artigos de uso pessoal e doméstico. Acrescentando-se a esse conjunto o comércio de veículos, motos, partes e peças e de materiais de construção, chega-se ao varejo ampliado.

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As vendas do conjunto mais amplo foram em novembro 1,5% maiores que as de outubro, em volume, e 5,8% superiores às de um ano antes. No ano, superaram por 5,4% as de janeiro a novembro de 2017 e em 12 meses acumularam crescimento de 5,5%.

A comparação das vendas do varejo ampliado com as de igual mês do ano anterior apresentou a 18.ª taxa positiva numa sequência ininterrupta. Nesse confronto, as maiores contribuições vieram de veículos, motos, partes e peças (+12,8%), de hipermercados, supermercados, alimentos, bebidas e fumo (+3,1%) e de material de construção (+1,4%).

Com ampla capacidade ociosa, a indústria poderá facilmente responder ao crescimento da demanda nos próximos meses, se o governo for capaz de preservar a confiança dos consumidores. Como o desemprego permanece muito alto, as empresas poderão encontrar no mercado mão de obra suficiente para suas necessidades. Maiores contratações também contribuirão para reforçar o consumo de bens e serviços.

Com mais empregos e maior demanda, pressões inflacionárias tenderão a aumentar, mas sem grandes efeitos a curto prazo. A inflação deve continuar moderada neste e no próximo ano. Se isso se confirmar, os juros básicos poderão ser mantidos em 6,50% durante boa parte do ano e em seguida subir moderadamente. A confirmação desses bons prognósticos dependerá principalmente do bom senso e da competência do novo governo.

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