Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Editorial do Estadão: A classe média no mundo e aqui

Atualmente, mais de 140 milhões de pessoas entram, a cada ano, no estrato social intermediário

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 20h39 - Publicado em 5 dez 2017, 14h02

Em 2010, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou um estudo do economista paquistanês Homi Kharas, pesquisador da Brookings Institution, a respeito do crescimento da classe média nos países em desenvolvimento. O texto indicava um forte crescimento da classe média – considerada como o segmento da população que consome entre US$ 10 e US$ 100 por dia – no mundo, especialmente na Índia e na China, sugerindo que os novos integrantes da classe média poderiam representar o impulso necessário para o crescimento da demanda naqueles tempos pós-crise.

Depois de sete anos do primeiro estudo, Homi Kharas publicou uma atualização de suas projeções, com o título A expansão sem precedentes da classe média global – uma atualização. O economista constatou que a classe média, formada hoje por pouco mais de 3 bilhões de pessoas – em torno de 40% da população mundial –, vem crescendo mais rapidamente do que a previsão de 2010. Atualmente, mais de 140 milhões de pessoas entram, a cada ano, no estrato social intermediário. Em cinco anos, esse número deve atingir 170 milhões de pessoas. Em 2020, a maior parte da população global deverá ser de classe média. Estima-se que, até 2024, esse contingente deverá chegar a 4 bilhões, e 70% desse crescimento estará concentrado na China e na Índia.

Em 2015, o mercado global da classe média fechou em US$ 35 trilhões, 12% a mais que a previsão anterior. Em 2030, o número pode chegar a US$ 64 trilhões. É interessante notar que, de todo esse crescimento de US$ 29 trilhões no consumo da classe média, apenas US$ 1 trilhão decorrerá de mais gastos das economias desenvolvidas.

Da mesma forma que constata uma forte expansão da classe média na Ásia, o estudo aponta para uma estagnação dessa faixa de renda em países desenvolvidos e em algumas economias emergentes, como a brasileira. A classe média norte-americana deverá perder, em 2020, o topo do mercado para a chinesa. E em 2030 ela deverá cair para a terceira posição, com a classe média indiana assumindo a 2.ª colocação.

Homi Kharas vê uma diferença fundamental entre o desenvolvimento da classe média no Brasil e nos grandes países asiáticos. “Os asiáticos continuaram a abrir seus mercados, dando grande ênfase à educação e permitindo às próximas gerações o acesso ao padrão de vida da classe média”, disse ao Estado.

Continua após a publicidade

Segundo o economista, diferentemente do que ocorreu no Brasil, os investimentos asiáticos em infraestrutura tornaram sustentáveis contínuos ganhos de renda entre as classes mais baixas. “Lá, as cidades são usualmente bem projetadas para permitir que famílias de classe média baixa tenham acesso a empregos e serviços. Alcançar e sustentar este segmento requer uma série de ações”, afirmou Kharas, que cita economia pró-mercado, educação qualificada e políticas governamentais como fatores de ampliação da classe média.

É conhecida a importância da classe média para o desenvolvimento econômico e social das nações, sejam elas desenvolvidas ou em desenvolvimento. Quanto mais as pessoas têm capacidade de consumir e economizar, mais aptas estão a promover mudanças sociais e políticas de longo prazo. Um estudo do Pew Research Center sobre a classe média global constatou a evidência empírica de que, juntamente com a educação, a renda é um dos fatores determinantes para a qualidade das instituições políticas. A partir de uma renda de US$ 10 por dia, as pessoas ingressam numa situação de segurança econômica mínima, que as protege de retornar facilmente à pobreza.

Conhecer a situação da classe média global, suas tendências e as discrepâncias com a realidade nacional ajuda a ver a urgência de aprovar as reformas necessárias para o desenvolvimento econômico e social, bem como a gravidade da crise produzida pelos governos petistas. Estima-se que a classe média brasileira voltará ao patamar anterior à crise apenas em 2023.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.