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Dilma fez tudo para perder. A oposição só precisa fazer o que faz quem quer ganhar

“Eu quero acabar com o alfabetismo”, desandou Dilma Rousseff durante o debate na Record. Como é que é?, espantei-me ao ouvir a enormidade no meio do diálogo entre Marina Silva e o codinome feminino de Lula. Duvidei de mim mesmo até conferir o vídeo ─ e censurar-me por não ter confiado no neurônio solitário: ele […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h07 - Publicado em 28 set 2010, 04h51

“Eu quero acabar com o alfabetismo”, desandou Dilma Rousseff durante o debate na Record. Como é que é?, espantei-me ao ouvir a enormidade no meio do diálogo entre Marina Silva e o codinome feminino de Lula. Duvidei de mim mesmo até conferir o vídeo ─ e censurar-me por não ter confiado no neurônio solitário: ele sempre falha. A derrapada espetacular ocorreu aos 13 minutos e 3 segundos, mas começou a desenhar-se quando Marina perguntou a Dilma o que pretende fazer para combater o analfabetismo.

Sem ficar ruborizada, a Doutora em Nada contou a mentira que alguém ordenou que decorasse: como quase todos os 13 milhões de analfabetos têm mais de 50 anos, está claro que só não viraram literatos ou pensadores por culpa de Fernando Henrique Cardoso. São parte da herança maldita. Na réplica, Marina esqueceu o estupro da verdade, reiterou que aprendeu a ler no fim da adolescência e pediu que a concorrente respondesse. Talvez por ter esquecido o que deveria dizer na tréplica, Dilma surpreendeu o país com o lançamento do Programa Nacional de Erradicação do Alfabetismo. Quem pensa grande não pode contentar-se com 13 milhões. Se for premiada com a chefia do governo, só precisará de quatro anos para consumar o sumiço de todos os brasileiros que saibam ler e escrever.

Um Leonel Brizola nem esperaria a autorização do mediador para comunicar que, pelo que acabara de ouvir, os demais diplomas de Dilma são tão verdadeiros quanto aquele do curso de doutorado. Um Jânio Quadros acusaria a adversária de traição à pátria, por desejar um Brasil à sua imagem e semelhança. José Serra, quando chegou a vez de falar, avisou que a pergunta seria dirigida a Plínio de Arruda Sampaio. Não tinha nada a dizer a Dilma. Só queria saber o que acha o concorrente do PSOL da situação do ensino profissionalizante.

Nada é tão parecido com um debate eleitoral quanto uma luta de boxe, gritam centenas de exemplos históricos. Num ringue ou num estúdio de TV, o vencedor será aquele que, sem descuidar da guarda nem se expor a contragolpes perigosos, tomar a iniciativa, mantiver-se na ofensiva, localizar os pontos vulneráveis do oponente, minar-lhe a resistência com jabs e tentar desobstruir, com pancadas duras e precisas, o caminho do nocaute. Um vencedor só diminui o ritmo da ofensiva quando se aproxima o fim da luta e a vitória por pontos está assegurada.

Serra e seus marqueteiros preferem acreditar que quem bate acaba perdendo. Ganha quem apanha sem reagir e passa o tempo todo na defensiva ─ de preferência, nas cordas. Na Record, o candidato do PSDB evitou qualquer discussão frontal com Dilma. Não golpeou a testa da adversária com o escândalo da Receita Federal, ou com a roubalheira na Casa Vil. Dispensou-se do revide quando a mitômana incurável recitou que, enquanto chefiou o ministério mais importante da República, não soube de nenhuma roubalheira da melhor amiga. Se foi assim, deveria ter replicado Serra, então é evidente que não sabe identificar gatunos na sala ao lado, muito menos escolher assessores. Não está preparada para administrar um carrinho de pipoca. Não pode virar gerente de país

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O candidato da oposição explicou que não gosta de brigas. Avesso a nocautes, prefere suportar sem revides golpes sujos que alvejam, abaixo da linha da cintura, regras morais, normas de português ou Código Penal. Por algum motivo, Serra parece convencido de que é possível vencer por falta de combatividade. É hora de impor silêncio aos marqueteiros e sair para o ataque. O Datafolha acaba de constatar que o segundo turno está ao alcance das mãos do candidato tucano. Se usá-las para afagar inimigos, não haverá uma segunda chance. Se usá-las para a ofensiva sem medo, a candidatura inventada por Lula morrerá de inanição.

A aliança dos stalinistas farofeiros e dos oligarcas cleptomaníacos não para de agredir o país com o espetáculo do cinismo. A cafajestagem foi longe demais, avisam os resultados do Datafolha. Os índices de Dilma caíram em todas as regiões, todas as classes, todas as faixas etárias. A taxa de rejeição vai crescendo. Milhões de eleitores acordaram para a evidência de que o país não merece ser governado pela Doutora em Nada. Serra precisa convencê-los de que, por ser o oposto de Dilma, merece governar o Brasil.

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