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Dilma, a insustentável, na Rio+20: ‘Vamos salvar os países submergentes’

Se soubesse que Celso Arnaldo estava de olho, Dilma Rousseff provavelmente teria cancelado a entrevista coletiva que estrelou no encerramento da Rio+20. Para sorte dos leitores, o neurônio solitário não percebeu a presença do grande caçador de cretinices. Resultado: mais um texto de altíssima qualidade. Melhora a coluna e melhora qualquer domingo. (AN)  CELSO ARNALDO […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 08h32 - Publicado em 24 jun 2012, 07h21

Se soubesse que Celso Arnaldo estava de olho, Dilma Rousseff provavelmente teria cancelado a entrevista coletiva que estrelou no encerramento da Rio+20. Para sorte dos leitores, o neurônio solitário não percebeu a presença do grande caçador de cretinices. Resultado: mais um texto de altíssima qualidade. Melhora a coluna e melhora qualquer domingo. (AN) 

CELSO ARNALDO ARAÚJO

Não foi uma declaração tão forte quanto aquela feita na Conferência de Copenhague, em 2009, ainda na condição de candidata, mas já representando o Brasil: “O meio ambiente é, sem dúvida nenhuma, uma ameaça ao desenvolvimento sustentável” (veja o primeiro vídeo). Mas, na coletiva-balanço da Rio+20, a grande anfitriã da conferência carioca deixou escapar uma denúncia que o mundo ainda vai se arrepender de não ter levado em conta.

Aos 5:50 do segundo vídeo, ao falar sobre o financiamento ambiental de países economicamente mais frágeis por parte das nações mais desenvolvidas ─ que tinha sido cogitado em Copenhague, mas não foi cumprido desde então ─, ela lamenta que nessa condição estejam alguns países da África, as pequenas ilhas “e os países que estavam ameaçados de consequências danosas por desastres naturais, inclusive alguns que ficavam submersos em alguns momentos”.

Dilma não declinou os nomes desses países anfíbios, provavelmente no Pacífico, e vítimas ocasionais do derretimento das calotas polares, mas Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, ficou de dar uma olhada nisso ─ pelo menos era sua intenção até a invertida que levou no episódio do “cadê o vide-ô”. Agora, não se sabe.

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De qualquer modo, é sempre muito ecológico ouvir a presidente Dilma colocar um pouco de clareza e razão nesse universo tão esotérico do conferencismo militante ─ onde o diplomatês e o ambientalês se juntam para deixar o mundo ainda mais confuso e preocupado. Não bastasse a seca no Nordeste, o frio em São Joaquim e o nevoeiro sobre a serra de Santos, ainda somos sufocados por expressões do tipo “multilateralismo” e “meios de implementação”, e inundados por um emaranhado de siglas misteriosas, como IFSD, Pnuma, ODA e Juscanz – nesse contexto, uma conferência como a Rio+20 mais complica do que explica.

E então o dilmês entra em cena, para colocar o mundo de novo no eixo que consagrou as teorias de Ptolomeu. Se você deu uma sapeada na Rio+20 e saiu com a mente poluída, preste atenção na minipalestra que antecede a coletiva da presidente ─ e se ilumine. Aprenda, entre outras coisas, que a conferência “avançou até onde estamos”. Que cada país “é diferente de outro”, e que, “introduzindo a questão dos fundos, o Brasil põe o que quer, cada um põe o que quer”.

Uma das colocações mais surpreendentes da presidenta se dá aos 12:11, quando ela explica, aos que reclamam da falta de um consenso que realmente salve o mundo, que a conferência é “entre partes”. E partes, segundo ela, “significa sempre países”. Ainda não está claro? Ela explica: “É assim: a parte francesa fala uma coisa, a parte brasileira fala outra”. Resumindo: “A conferência das partes é uma conferência entre nações e países”. Coincidentemente, a ONU é mais ou menos isso.

Vivendo e aprendendo: e você que pensou que conferência das partes só era realizada nos Países Baixos?

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Mas, em meio a questões tão vitais para o futuro do planeta, Dilma ainda teve tempo para um pouco de humanidade, se me perdoam o trocadilho involuntário. Ao mencionar a próxima reunião do Mercosul, em Mendoza, Argentina, esta semana, queixou-se de sua inevitável agenda globe trotter, aos 25:04: “A gente quando sai deste país fica muito triste, mas, é, porque o Rio e o Brasil são, é um país muito bonito. Mas quero te assegurá que a América Latina também, e o México, porque eu tive em Los Cabos, é um lugar, tem hora que cê olha assim e fala é por isso que temos essa proximidade, porque praias lindas, etc. E eu tenho certeza que Mendoza é um lugar desses também”.

Perceba que o meio ambiente de Dilma, que realmente se apresenta hoje como uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, tem bons momentos – como o de levar praias lindas a Mendoza, ao pé da Cordilheira dos Andes.

Nem tudo está perdido.

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