Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Augusto Nunes Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Coluna
Com palavras e imagens, esta página tenta apressar a chegada do futuro que o Brasil espera deitado em berço esplêndido. E lembrar aos sem-memória o que não pode ser esquecido. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
Continua após publicidade

Deonísio da Silva: História do nome Aécio

O antigo Aécio tinha vergonha na cara e ninguém lhe recomendaria óleo de peroba, como prescrevem tantos hoje nas redes sociais ao senador Aécio Neves

Por Augusto Nunes Atualizado em 14 nov 2017, 14h58 - Publicado em 12 nov 2017, 11h30

De onde veio este nome tão memorável para um senador que está fazendo tanta coisa feia? Nome é uma das primeiras coisas que não escolhemos na vida, ao lado dos pais que temos, do país em que nascemos e das primeiras escolas que frequentamos.

O nome Aécio começa com “A” porque veio do Latim escrito Aetius, que é dito “Écius”. Se viesse do Latim falado, seria Écio, como tantos outros no Português se chamavam e se chamam.

Aetius é palavra que veio do Grego Aétios para o Latim. Quem tornou este nome muito popular foi o general Aécio (Flavius Aetius, diz-se “Flávius Aécius”, era seu nome em Latim). Ele comandou o exército romano na vitória sobre Átila na segunda metade do século V.

O rei dos hunos, cujo cavalo impedia que a grama crescesse por onde ele passava, estava fazendo mais um arrastão no poderoso império romano e vencendo todas as batalhas. Dalton Trevisan, atento observador de tudo, diz que o cavalo de Átila era uma égua.

Mas não tinha ainda enfrentado Aécio, que, em face de um exército imperial destruído, comandava tropas sem um único soldado regular. O que o general Aécio fez passou à História como grande lição militar e de vida: procurou alianças. Primeiro com chefes militares e depois com aristocratas.

E assim derrotou o temível Átila, rei dos hunos, que assombrava o império romano liderando os povos bárbaros e perpetrando as maiores atrocidades.

A famosa Batalha dos Campos Catalúnicos foi travada no dia 20 de junho do ano 451, em território hoje pertencente à França. Aécio teve piedade com o derrotado e permitiu que ele escapasse.

Continua após a publicidade

A causa da batalha? Como a de tantas outras, uma ninharia. Mas vamos seguir a famosa recomendação: Cherchez la femme (Procurai a mulher).

Justa Grata Honória, irmã complicada do imperador romano Valenciano III, estava casada desde há alguns anos com um senador chamado Herculano, que, muito ciumento, não a deixava sair de casa para nada.

Honória enviou, então, uma mensagem ao rei dos hunos pedindo socorro. Houve problemas de tradução do Latim para o Huno, língua hoje extinta, da qual sobraram poucas palavras, a maioria nomes de pessoas.

Átila entendeu que era uma proposta de casamento. Por isso, exigiu de dote para a noiva a metade dos domínios do imperador romano Valenciano III, que naturalmente recusou. E Átila lançou mais um de suas campanhas contra o já não tão poderoso império romano. Mas, então, se ferrou, como se diz popularmente, cuja variante é obscena e não deve ser aqui registrada.

Átila morreu na noite de núpcias dois anos depois de derrotado por Aécio. Segundo alguns, envenenado por inimigos presentes à festa das bodas. Segundo os historiadores romanos e as sagas lendárias, atravessado pela adaga da noiva, que se chamava Gudrun. Ela ainda tocou fogo no palácio, matando muita gente.

A história diz uma coisa, as narrativas lendárias dizem outras. E Gudrun foi parar na famosa Canção dos Nibelungos, agora com o nome de Kriemhild, que veio para o Português com dupla grafia: Cremilde e Cremilda.

Continua após a publicidade

No Germânico, Cremilda é aquela que luta com a cara encoberta. Quer dizer, sem cara dura. Duro é só o elmo que a protege. Assim, poderia dispensar o óleo de peroba.

***

O antigo Aécio tinha vergonha na cara e ninguém lhe recomendaria óleo de peroba, como prescrevem tantos hoje nas redes sociais ao senador Aécio Neves, derrotado por Dilma Rousseff na eleição presidencial de 2014.

Ele iludiu mais de 50 milhões de brasileiros e “voltou a escancarar a face escura”, observou o jornalista Augusto Nunes, acrescentando que agora só resta aos tucanos dignos “abandonar o ninho infestado de vigaristas”.

*Deonísio da Silva
Diretor do Instituto da Palavra & Professor Titular Visitante da Universidade Estácio de Sá
https://portal.estacio.br/instituto-da-palavra

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.