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Por Coluna
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Carlos Alberto Sardenberg: Começar de novo

A grande vantagem em relação ao passado recente é que agora já temos a moeda. Embora maltratado, o real está aí

Por Branca Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 22h32 - Publicado em 9 jun 2016, 15h20

Publicado no Globo

A parte animadora da história: Ilan Goldfajn, novo presidente do Banco Central, cravou o compromisso de restabelecer o básico tripé de política econômica, com meta de inflação, equilíbrio das contas públicas e taxa de câmbio flutuante.

A parte triste: o país já havia se beneficiado dessa combinação de estabilidade e crescimento, até que Dilma Rousseff resolveu desmontar o tripé com sua nova matriz.

O Brasil levou 14 anos para sepultar a superinflação e o total caos das finanças públicas. Isso aconteceu desde a introdução do real (1994) e da série de reformas que sustentou a moeda — formando o tripé — até a conquista do grau de investimento, em abril de 2008. A Standard & Poor’s foi a primeira agência a conceder essa nota à economia brasileira, reconhecendo inclusive a maturidade política do país. Isso porque Lula, que se elegera pela oposição a FHC, havia mantido e até aprimorado o tripé no seu primeiro mandato.

Em setembro de 2015, a mesma S&P foi a primeira a retirar a nota e rebaixar o Brasil ao grau especulativo (ou junk, como dizem no mercado internacional). Lula começou o desmonte no seu segundo mandato, mas foi Dilma quem se dedicou meticulosamente à destruição das bases da estabilidade. Em menos de cinco anos, conseguiu botar abaixo um edifício que levara 14 anos para ficar mais ou menos pronto.

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Assim, lá vamos nós de novo. As duas tarefas principais são as mesmas de 22 anos atrás: eliminar o déficit das contas públicas e voltar ao superávit primário para equilibrar e depois reduzir a dívida pública; e colocar a inflação na meta, agora de 4,5% ao ano. A terceira parte é garantir a taxa de câmbio (a cotação do dólar) mais flutuante do que manipulada pelo Banco Central.

A grande vantagem em relação ao passado recente é que agora já temos a moeda. Embora maltratado, o real está aí, pode ser reequilibrado, o que afasta a necessidade de uma complicada reforma monetária. Lembram-se da URV e da complexa troca do papel moeda?

Pois é, disso não se precisa mais. Aliás, convém reparar: isso prova a força da construção anterior.

Outra vantagem é que o conjunto de regras de estabilidade fiscal também já está montado. Essas normas foram desrespeitadas na gestão Dilma — com as pedaladas e a contabilidade criativa ou simplesmente mentirosa —, mas continuam vigentes. É preciso aperfeiçoá-las e garantir que não possam ser dribladas.

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Para isso servirá a proposta já anunciada pela equipe econômica de estabelecer um teto para o gasto público: o valor do ano anterior mais a inflação. Em termos reais, o que importa, a despesa total ficará congelada.

O presidente Michel Temer disse que a proposta vai ao Congresso na semana que vem. Será importante passo — a depender, como todos os outros, do ambiente político.

A óbvia crise institucional pode atrapalhar e bloquear a política econômica. Isso todos sabemos. Mas também é verdade que um bom andamento na economia pode ajudar o governo a passar pelos impasses da política partidária.

Daí a importância das medidas que o Executivo pode tomar sem passar pelo Congresso. Além das mais óbvias — ações da Fazenda para controlar as contas e do BC para apontar a inflação para a meta —, o que mais ajudaria seria um bom programa privatizações e concessões.

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Com o governo quebrado, a única possibilidade de turbinar investimentos está no setor privado. A parte do governo nessa história será preparar vendas e licitações competitivas e atraentes para o capital nacional e estrangeiro.

Aliás, isso também já foi feito, no final dos anos 90 e início dos 2000. De novo aqui, é começar de novo.

Moral da história: o triste é ter que fazer tudo de novo; o reconfortante, digamos assim, é saber que já foi feito uma vez e, pois, pode ser feito de novo.

 

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VIDA DURA

Vejam como é complicada a vida do gestor de política econômica. Nos últimos dois dias, os mercados reagiram ao “efeito Ilan”. O discurso do novo presidente do BC animou o pessoal. Vai daí, a bolsa subiu, os juros caíram, e o dólar caiu.

É sinal de confiança.

E se dólar cair demais? Ajuda quem vai viajar — e até pode melhorar o Índice de Confiança do Consumidor — mas atrapalha as exportações, único setor que está em expansão.

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Ilan Goldfajn disse que a taxa de câmbio deve ser flutuante. Inclusive na faixa dos três reais ou menos?

Será um primeiro teste para o novo BC.

De todo modo, há fundos de investimentos — de ótimos gestores — que estão “vendidos em dólar contra o real”. Ou sejam, acham que o dólar cai e o real se valoriza.

A ver.

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