Bolsonaro não pode desviar a política externa da rota da sensatez
Se colocar as próprias opiniões acima dos interesses nacionais, o novo ministro repetirá a fórmula que fez do Itamaraty um indecoroso instrumento do PT
Uma das mudanças mais louváveis decorrentes do despejo de Dilma Rousseff foi o enterro da política externa na canalhice. Essa obscenidade forjada com base na ideologia jurássica do PT envergonhou o Brasil durante 13 anos.
Nesse período, o Itamaraty revogou os interesses nacionais para celebrar parcerias infames com a ditadura cubana, a Venezuela chavista e seus satélites bolivarianos, com o Irã dos aiatolás atômicos e outros assassinos de estimação espalhados pelo mundo. Qualquer governante psicopata que hostilizasse os Estados Unidos, virava amigo do Brasil de Lula e Dilma.
É preciso que o governo do presidente Jair Bolsonaro não percorra, com a mão invertida, essa trilha desmatada a golpes de foice e martelo pelos governos petistas. Para tanto, os interesses do país deverão prevalecer sobre opiniões externadas nas redes sociais pelo diplomata Ernesto Araújo, o chanceler que Bolsonaro escolheu.
Nada contra os místicos, desde que não orientem pelos critérios do misticismo seu desempenho nos cargos públicos que ocupam. O futuro chefe do Itamaraty não pode, por exemplo, enxergar em Jair Bolsonaro um novo guia genial dos povos. Ele é o presidente eleito com uma extraordinária votação — e isso basta. Nem pode acreditar que Deus resolverá os problemas do Brasil – muito menos o que chama de “Deus de Trump”.
A política externa do governo Temer requer alguns ajustes, mas precisa manter as diretrizes que devolveram o Itamaraty ao caminho da sensatez. Simples assim.