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As lanchas de Ideli merecem dividir com Demóstenes o noticiário político-policial

Todo suspeito absolvido pelo companheiro Rui Falcão é culpado. Nesta sexta-feira, essa regra sem exceção deixou um pouco pior no retrato a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. “Ela não tem nada a ver com esses acontecimentos”, foi logo recitando o presidente nacional do PT. “Acontecimentos”, sabe-se agora, é o termo que agora designa, na […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 09h12 - Publicado em 1 abr 2012, 20h10

Todo suspeito absolvido pelo companheiro Rui Falcão é culpado. Nesta sexta-feira, essa regra sem exceção deixou um pouco pior no retrato a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. “Ela não tem nada a ver com esses acontecimentos”, foi logo recitando o presidente nacional do PT. “Acontecimentos”, sabe-se agora, é o termo que agora designa, na novilíngua petista, a maracutaia que transformou o Ministério da Pesca em dono de 38 lanchas sem serventia.

Para quem vê as coisas como as coisas são, os acontecimentos começararam em 2008, quando o então ministro Altemir Gregolin, indicado pelo PT de Santa Catarina, simulou uma licitação para comprar a frota fabricada pela também catarinense Intech Boating. Foram pelo ralo R$ 31 milhões, excluídas as propinas de praxe. Em 2010, um emissário do ministério solicitou ao dono da empresa, Antônio Galizio, que retribuísse a gentileza com a doação de R$ 150 mil à candidatura ao governo estadual de um berreiro à procura de uma ideia. Derrotada, Ideli ganhou de Dilma Rousseff o Ministério da Pesca. E autorizou o pagamento da parcela que faltava para completar a felicidade do empresário generoso. Ponto.

“A Ideli não era ministra quando as lanchas foram adquiridas”, discursou Rui Falcão. “E não foi ela que pediu a doação”. Acabou tropeçando, quem diria, no fiapo de voz do companheiro Luiz Sérgio. O deputado do PT fluminense não abriu a boca nem mesmo quando se tornou o único político da história demitido de dois ministérios, pela mesma presidente, em menos de um ano. Ministro da Pesca depois da saída de Ideli e antes da chegada de Marcelo Crivella, quebrou o voto de silêncio antes que alguém o embarcasse na negociata flutuante.

Depois de contar que doou algumas lanchas à Marinha e admitir que não soube o que fazer com as que sobraram, o companheiro declarou-se espantado com a gastança e soltou a frase surpreendente:  “Eu diria, como a nossa presidente Dilma Rousseff, que o que aconteceu no Ministério da Pesca é um malfeito”. Na novilíngua lulista, “malfeito” quer dizer delinquência cometida por bandidos de estimação que foi descoberta e divulgada pela imprensa.

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A interrupção do silêncio obsequioso de Luiz Sérgio confirma que a coisa é mais feia do que parece. A absolvição decretada por Rui Falcão é uma sentença condenatória. A mudez do berreiro é uma confissão de culpa. O senador Demóstenes Torres, quem diria, vai dividir o noticiário político-policial com Ideli Salvatti. A imensa procissão dos pecadores impunes continuará passando enquanto a Justiça entender que todos são iguais perante a lei, mas uns são mais iguais que os outros.

 

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