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A cueca do magistrado

Artigo publicado no site de Villas-Bôas Corrêa. Villas-Bôas Corrêa O irreverente, malicioso e abundante folclore político do Rio Grande do Norte ─ dos mais ricos que conheço ─ registra venerando caso, contado e repetido com todos os pormenores da veracidade, desde nome, o dia, hora e local, envolvendo magistrado de reputação ilibada, conhecido como modelo […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 14h11 - Publicado em 20 set 2010, 21h40

Artigo publicado no site de Villas-Bôas Corrêa.

Villas-Bôas Corrêa

O irreverente, malicioso e abundante folclore político do Rio Grande do Norte ─ dos mais ricos que conheço ─ registra venerando caso, contado e repetido com todos os pormenores da veracidade, desde nome, o dia, hora e local, envolvendo magistrado de reputação ilibada, conhecido como modelo de honradez, severidade, biografia exemplar na vida pública e no recato da austeridade doméstica.

Casado com senhora de virtudes celebradas, com prole numerosa e alguns netos alegrando a casa, pautava sua rotina com regularidade tão precisa quanto cronômetro suíço. Morava em Natal, em casa ampla, com jardim e pomar, na praça principal. Do outro lado, o edifício do Palácio da Justiça, com as marcas do tempo, sinais da imponência castigada pelas paredes desbotadas, escadaria com degraus gastos.

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Podia-se acertar o relógio: à mesma hora, de segunda à sexta-feira, o desembargador atravessava a praça, em passo cadenciado, impecável no terno completo, o indispensável colete, o relógio no bolso, a corrente de ouro presa na casa do botão, tocava a aba do chapéu no cumprimento amável aos conhecidos e desaparecia no palácio da Justiça. Ao final do expediente, com o acréscimo de minutos para arrumar as gavetas, refazia o itinerário.

Mas, lá uma tarde, na quentura do verão nordestino, o desembargador regressou à casa, na forma do costume, dirigiu-se ao quarto, seguido da esposa, para trocar o terno pela simplicidade das roupas mais leves e usadas. Distraído, enquanto relatava as maçadas do dia, sacou o paletó, desfez o laço da gravata, despiu o colete e arriou o suspensório para livrar-se das calças.

A mulher, despejou a surpresa na irritação da pergunta, a exigir explicação imediata:

-Horácio, onde você esqueceu a cueca?

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Pilhado em flagrante, o desembargador improvisou a saída na indignação, botou a boca no mundo, atroando aos berros:

-Ladrões! Roubaram a minha cueca!

Investigações minuciosas desvendaram, em suas minúcias e fofocas, o romance do exemplar magistrado com a sua secretária.

PS- Qualquer semelhança com episódios da campanha eleitoral vai além da simples coincidência.

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