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A campanha pela eleição do Papa brasileiro terminou. É hora de começar a tratar da redução do rebanho de pecadores no poder

Como se fosse pouco o fato de Deus ser brasileiro, boa parte do País do Carnaval passou os primeiros dias de março exigindo ─ ou comemorando antecipadamente ─ a eleição de um Papa nascido aqui. Metade da torcida não decorou a primeira parte do Salve Rainha; a outra esqueceu a segunda parte do Credo. Alheios […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 06h41 - Publicado em 13 mar 2013, 19h42

Como se fosse pouco o fato de Deus ser brasileiro, boa parte do País do Carnaval passou os primeiros dias de março exigindo ─ ou comemorando antecipadamente ─ a eleição de um Papa nascido aqui. Metade da torcida não decorou a primeira parte do Salve Rainha; a outra esqueceu a segunda parte do Credo. Alheios a tais irrelevâncias, jornalistas convertidos neste verão e vaticanistas de jardim da infância decidiram que chegara a hora de instalar um compatriota no trono reservado ao chefe de 1,2 bilhão de devotos.

Como aprendemos já no berço, este é o maior país católico do mundo. Lula capricha na pose de quem conversa com o Pai e aconselha o Espírito Santo pelo menos duas vezes por semana. E não é qualquer nação que apresenta um candidato do porte do cardeal Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo e, conforme colunistas grávidos de religiosidade nacionalista, um dos mais influentes entre os 105 participantes do conclave. É nome para fumaça branca já na primeira votação, garantiram redatores de manchetes e apresentadores de telejornais.

Ainda não foi desta vez, decepcionaram-se os manifestantes que desde segunda-feira berravam na Praça de São Pedro a palavra de ordem que fundiu a pátria e a fé: “O Papa é do Brasil!”. Não é. É da Argentina o cardeal Jorge Mario Bergoglio, que vai ocupar com o título de Francisco o trono reservado ao representante de Deus na Terra. Deu zebra, começam a balbuciar teólogos que não sabem a diferença entre um terço e um colar. É nisso que dá brincar de doutor com coisa que não se conhece nem de vista.

Terminada a campanha, que tal descobrir que o ano já está no terceiro mês e há problemas de sobra a enfrentar no país comandado por Lula e gerenciado por Dilma Rousseff, com a ajuda de 39 trapalhões? Dispensado de pensar na eleição do Papa, o rebanho tem tempo de sobra para pensar em eleições domésticas. Já que não emplacaram o Santo Padre, os brasileiros poderiam sentir-se menos frustrados (e permitir que o país decente se sentisse muito melhor) se tratassem de mandar para casa (ou para a cadeia) os pecadores que infestam os Três Poderes.

Um Papa nativo teria de examinar a hipótese de excomungar um por um os criminosos que, alojados nas cercanias dos cofres públicos, espancam os Dez Mandamentos e colecionam pecados capitais. As urnas podem fazer de uma vez só ─ e em escala industrial ─ o mesmo serviço. Oremos.

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