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“O adeus à moda antiga” e outras seis notas de Carlos Brickmann

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann Uma carta como há muito não se via; não só por ser carta, igual às de antigamente, como pelas bem-traçadas linhas, em que um político cauteloso expõe com toda a precisão o grau de dissolução do governo sem recorrer a indelicadezas, usa uma expressão em latim sem prejudicar a […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 30 jul 2020, 23h54 - Publicado em 9 dez 2015, 16h25

Publicado na Coluna de Carlos Brickmann

Uma carta como há muito não se via; não só por ser carta, igual às de antigamente, como pelas bem-traçadas linhas, em que um político cauteloso expõe com toda a precisão o grau de dissolução do governo sem recorrer a indelicadezas, usa uma expressão em latim sem prejudicar a clareza do texto e rompe com a presidente sem usar a palavra rompimento. Michel Temer deu adeus a Dilma.

Após a carta de Temer (https://wp.me/p6GVg3-Y0) parece próximo o adeus de Dilma ao Planalto. O PMDB governista está acuado (e seu DNA tende a levá-lo para o lado mais suculento). O impeachment ganhou força. Mas quem divulgou a carta? A mensagem de Temer a Dilma é pessoal, sigilosa. Pode ter sido divulgada por ordem de Dilma ─ teria sido uma bobagem, mas normal em quem atravessa a rua para pisar na casca de banana do outro lado. Ou por algum puxa-saco, para puxar o saco. Ou por um inimigo interno, que gostaria de ver Dilma no chão para que Lula pudesse candidatar-se em 2018 como vítima da elite. Ou por alguém que quisesse apenas agradar um jornalista influente e benquisto, como Jorge Moreno, de Globo, sem se preocupar com o efeito político do vazamento.

Vazar a carta foi ótimo para Temer, vítima da descortesia do Planalto; excelente para mostrar ao PMDB que a conciliação acabou; maravilhoso como demonstração de derretimento de um governo (até Nelson Jobim, que foi ministro de Lula e Dilma, passou para a oposição). Foi tão bom para o vice que, se o governo não a divulgasse, seria difícil para o pessoal de Temer resistir à tentação.

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A foto fatal

Carlos Brickmann

Um retrato fiel do esfacelamento do governo é a foto de Dilma com os ministros (https://wp.me/p6GVg3-Y7), quando se disse “indignada” com o processo de impeachment. Não há na foto nenhuma mulher, nem Kátia Abreu, ministra da Agricultura, que tinha virado amiga de infância de Dilma. Não aparecem os ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, que cuidam da economia. Nem o seu melhor articulador político, o ministro Gilberto Kassab. Em compensação, lá está Henrique Alves, do PMDB ortodoxo.

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Dizem que continua por enquanto no Ministério do Turismo porque a inimigo não se pede nada, nem demissão.

A força do inimigo

O PMDB, conforme levantamento do colunista Cláudio Humberto (www.diariodopoder.com.br), tem sete governadores, quatro vices, 67 deputados federais, 17 senadores e 996 prefeitos. Tirando o governador do Rio, Pezão, e a família Picciani, ainda com Dilma, é a maior força de oposição do país.

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A nova frente

Não se impressione com a nova operação Crátons, da Polícia Federal, sobre diamantes extraídos ilegalmente de reservas indígenas, com a cumplicidade de índios aculturados (e bem aculturados). Faz parte da Lava Jato, mas parece que não é das maiores. Entretanto, há coisa bem grande à frente, provavelmente logo: informa o colunista Ricardo Noblat (https://noblat.oglobo.globo.com/meus-textos/noticia/2015/12/olha-o-japones-de-volta-gente.html) que o Ministério da Justiça recebeu pedido de verba para nova fase da Operação Lava Jato.

Comentário de Ricardo Noblat: “O japonês da Polícia Federal voltará a ser visto por aí antes do Natal”.

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O velho rombo

O governo quer recriar a CPMF, quer aumentar o imposto sobre os combustíveis, diz que precisa de muito dinheiro para cobrir o rombo no orçamento. A CPMF, garante o ministro Joaquim Levy, renderia R$ 30 bilhões. Mas só em 2015 os benefícios fiscais dados a empresários de setores que o governo considera importantes alcançaram R$ 408 bilhões, prometidos em 2014 (em que houve eleições e era preciso conquistar corações, mentes e bolsos do empresariado). Simplesmente o dobro dos benefícios fiscais concedidos um ano antes.

Se os setores escolhidos não tivessem tantos benefícios, não haveria rombo: ao contrário, o orçamento federal seria superavitário, permitindo juros menores.

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O gosto amargo

Com a recessão econômica do governo Dilma, o que era doce acabou-se. A produção brasileira diminuiu 10% de janeiro a setembro, comparada com o mesmo período de 2014. O consumo por pessoa caiu de 2,8 kg por ano, em 2011, para 2,5 kg por ano. Mas o governo tem apenas parte da culpa: praticamente todas as grandes empresas de chocolates recorreram a manobras feias para aumentar os lucros, reduzindo o peso das barras e bombons e mantendo os preços.

A redução sempre foi informada na embalagem, só que para quem lê com lentes.

Perigo externo

A grande vitória do partido ultradireitista francês Frente Nacional, liderado por Marine Le Pen, é um risco para o mundo inteiro, inclusive o Brasil. A Frente Nacional sempre flertou com o fascismo e o repúdio aos estrangeiros; e, neste momento de atentados promovidos pelo terror islâmico e pela migração em massa de refugiados muçulmanos, ganha força a tendência de expulsar os imigrantes. Seria uma tragédia humanitária; e teria tudo para transformar-se numa onda contra todos os que não sejam “franceses puros”, seja lá isso o que for. O que acontece na Europa costuma ter reflexos no Brasil e em todo o mundo.

Um perigo.

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