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“Depois da tempestade vem o tufão” e outras quatro notas de Carlos Brickmann

Publicado na coluna de Carlos Brickmann O Congresso, onde a presidente apanhou que nem genta granda neste semestre, entrou em férias. A crise foi embora? Não: a crise está no ar, mas com os pés solidamente plantados no chão. Lula, o primeiro-companheiro deste governo, está sendo investigado pelo Ministério Público, por suspeita de relações estranhas […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 00h53 - Publicado em 22 jul 2015, 16h27

Publicado na coluna de Carlos Brickmann

O Congresso, onde a presidente apanhou que nem genta granda neste semestre, entrou em férias. A crise foi embora? Não: a crise está no ar, mas com os pés solidamente plantados no chão. Lula, o primeiro-companheiro deste governo, está sendo investigado pelo Ministério Público, por suspeita de relações estranhas com empreiteiras. O Tribunal Superior Eleitoral examina a possibilidade de que a campanha de Dilma tenha recebido recursos desviados da Petrobras (neste caso, o registro da chapa Dilma-Temer é cassado, e caem ambos). O Tribunal de Contas da União estuda as contas do Governo Dilma, e há quem defenda sua rejeição, por conta das pedaladas fiscais. Os presidentes da Câmara e do Senado são investigados, há uma imensa bancada parlamentar na mira do Ministério Público e da Polícia Federal, há grandes empresários sob suspeita, ou já condenados. E, em menos de duas semanas, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, promete detonar mais duas bombas: a CPI do BNDES e a dos Fundos de Pensão.

Dilma cai? Pode ser; depende de como a situação evoluir. Uma data decisiva será o domingo, 16 de agosto, dia marcado para as marchas Fora, Dilma. Muita gente nas ruas enfraquecerá a presidente. Se houver pouca gente, ela se fortalece. Mas, de qualquer modo, Dilma é frágil: a avaliação de seu governo, segundo a pesquisa CNT-MDA, divulgada pela Agência Brasil, estatal, continua caindo – de 10,8% para 7,7%, em julho. E 55,5% acreditam que a situação vai piorar.

Dilma Rousseff, quem diria!, tem índice de apoio inferior à inflação.

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Poço sem fundo… 

A pesquisa CNT-MDA, divulgada pela estatal Agência Brasil, traz números desastrosos para o governo. Por exemplo, 62,8% dos entrevistados (contra 59,7% em março) são favoráveis ao impeachment de Dilma. Dos pesquisados, 78,3% ouviram falar do Petrolão. Destes, 69,2% acham que a presidente é culpada pela corrupção; e, para 65%, Lula está envolvido no escândalo. O maior culpado na Operação Lava Jato, para 40,4% dos entrevistados, é o governo; depois, partidos (34,4%), diretores ou funcionários da Petrobras (14,2%) e empreiteiras (3,5%). Ou seja, 89% dos eleitores ouvidos culpam o governo pelo Petrolão. …com terra em cimaE o efeito disso tudo nos índices de intenção de voto? Se as eleições fossem hoje, Aécio teria 35,1% no primeiro turno, vencendo Lula (22,8%) e Marina (15,6%). No segundo turno, Aécio venceria com 49,6%, contra 28,5% de Lula. Em outros dois cenários, Lula estaria à frente de Serra ou de Alckmin no primeiro turno, mas perderia no segundo: Serra teria 40,3% contra 31,8% de Lula, e Alckmin o venceria por 39,9% contra 32,3%. Claro que a eleição não é hoje, e de agora até 2018 há muita coisa para acontecer ─ inclusive a campanha eleitoral. Mas os resultados da pesquisa mostram que Lula recebeu cartão amarelo.Dia de fúriaAtenção: o prazo concedido pelo Tribunal de Contas da União para Dilma explicar as manobras fiscais conhecidas como “pedaladas” termina hoje. Caso as respostas não sejam dadas, ou o TCU as considere insatisfatórias, há a possibilidade de reprovação das contas da presidente. Se o Congresso aceitar o parecer do TCU pela rejeição das contas, estará aberto o caminho para que a presidente seja afastada do cargo. Há muito caminho até lá, entretanto: o TCU pode conceder novo prazo ao governo, o Congresso pode adiar o exame das contas ou, mesmo que o TCU as rejeite, decidir aprová-las. Mas com a queda de popularidade da presidente e boa parte do eleitorado favorável ao impeachment, Dilma pode ficar em situação ainda pior do que hoje. O que se discute: o governo determinou a bancos públicos que cobrissem despesas com programas sociais, para repasse posterior dos recursos. Há quem considere que assim se configurou um empréstimo dos bancos públicos ao Governo que os controla, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo diz que não houve empréstimo e que esse tipo de providência foi adotado por administrações anteriores, sem problemas.Os gregos já sabiamA origem das tragédias, ensinavam os sábios de Atenas, era a Húbris: o orgulho desmedido, a soberba que ultrapassava os limites. Isso provocava a vingança dos deuses: a Nêmesis, o divino ciúme. E, muitas vezes, os deuses lançavam sobre a pessoa que ignorava os limites a Ate, que a deixava cega para a razão e a levava a agir emocionalmente, sem medir consequências, até destruir-se sozinha.Eduardo Cunha tomou a presidência da Câmara contra o governo, impôs-se como principal líder da oposição, desgastou imensamente a presidente Dilma. E acabou achando que podia tudo. Não era verdade: não podia intimidar a máquina do Ministério Público e do Judiciário. E não podia romper oficialmente com o governo: seus colegas de PMDB (e também os do baixo clero, o segundo time da Câmara) gostaram de brincar de oposição, mas abandonar os cargos públicos é excessivo para eles.A Nêmesis foi o isolamento político, que ele ainda pode romper. Mas esquecer que está sendo investigado e agir como se nada lhe pesasse nos ombros pode cegá-lo para a razão. Cunha é forte tendo o PMDB, o baixo clero, Renan Calheiros e Michel Temer. Sozinho, ele é apenas Eduardo Cunha.

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