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‘Sociedade 43 x governo zero’, um artigo de Deonísio da Silva

Deonísio da Silva A liberdade de expressão é importante para quem quer ser livre, mas é mais importante ainda para a sociedade, que tem o direito de saber o que pensam aqueles que escrevem. E daí, sim, discordar ou concordar com eles. Antes de ser levada ao ar, a peça publicitária com Gisele Bündchen foi […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 10h28 - Publicado em 17 out 2011, 13h56

Deonísio da Silva

A liberdade de expressão é importante para quem quer ser livre, mas é mais importante ainda para a sociedade, que tem o direito de saber o que pensam aqueles que escrevem. E daí, sim, discordar ou concordar com eles.

Antes de ser levada ao ar, a peça publicitária com Gisele Bündchen foi escrita, isto é, pensada. Podemos falar sem pensar, o que vale para muitas desculpas, mas escrever sem pensar, não! A letra de cada palavra é digitada e isso toma muito tempo.

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Felizmente, o Brasil que presta se mexeu, como diz Augusto Nunes em suas criativas indignações. E a manhã do dia 13 de outubro de 2011 vai ficar na História do Brasil e principalmente nos anais da defesa da liberdade de expressão. O Conselho de Ética do Conar recomendou o arquivamento da Representação Hope/Gisele Bündchen.

A decisão da 1ª. e da 8ª. Câmaras do Conselho de Ética foi tomada por unanimidade: 43 votos a zero a favor da manutenção da peça publicitária da campanha da Hope, fabricante de lingeries. A ministra Iriny Lopes pode recorrer da decisão. Não se sabe se exercerá esse direito.

Recordemos! A peça publicitária, estrelada por Gisele Bündchen, foi criada pela Giovanni+DraftFCB. Diz a ata: “Os membros do Conselho de Ética presentes à sessão de julgamento, realizada na manhã de hoje, na sede do Conar, em São Paulo, acompanharam o voto do relator, que considerou que os estereótipos presentes na campanha são comuns à sociedade e facilmente identificados por ela, não desmerecendo a condição feminina”.

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A representação tinha sido aberta por denúncias formuladas ao Conar por cerca de 40 consumidores e também pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República. Representantes da Secretaria, do anunciante e da agência participaram da sessão de julgamento.

A ministra Iriny Lopes anda metendo os pés pelas mãos há algum tempo. Já enviou ofício à Rede Globo sugerindo uma mudança no andamento de Fina Estampa. O personagem Baltazar (Alexandre Nero) humilha e bate na esposa, Celeste (Dira Paes). A ministra pede que Celeste vá atrás da Rede de Atendimento à Mulher por meio do número telefônico 180. Além disso, quer que Baltazar seja levado a algum centro de reabilitação, conforme previsto na Lei Maria da Penha. Se Os irmãos Karamazóv ou qualquer outro livro de Dostoiévski for transposto para a telinha, o que vai “sugerir” a ministra? Que os filhos não matem os pais? Para Crime e Castigo vai sugerir que Raskolnikov seja punido por agressão a idosa? Até Chapeuzinho Vermelho está em perigo. Por que vovó foi abandonada num asilo florestal?

O fascismo não consiste apenas em proibir uma coisa. Os fascistas querem obrigar a dizer ou a fazer outra! O autor do roteiro de Fina Stampa, o escritor Aguinaldo Silva, quem diria, sucede a Dias Gomes também nesse particular: Roque Santeiro foi proibido durante a ditadura militar, mas nenhum censor atreveu-se a ensinar Dias Gomes a escrever. Essa ministra quer mais: ela sugere, compreendem?

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