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‘Não existe máfia no mundo que o Tuma não conheça’, avisou o ministro da Justiça há 20 dias

Tarso Genro chefiava o Ministério da Justiça quando, em setembro de 2007, o presidente Lula ordenou-lhe que instalasse no alto do organograma o delegado Romeu Tuma Junior. Agora candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso jura que mal conheceu o secretário nacional de Justiça. Se é quase incapaz de ligar o nome à […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 15h20 - Publicado em 10 Maio 2010, 21h14

Tarso Genro chefiava o Ministério da Justiça quando, em setembro de 2007, o presidente Lula ordenou-lhe que instalasse no alto do organograma o delegado Romeu Tuma Junior. Agora candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Tarso jura que mal conheceu o secretário nacional de Justiça. Se é quase incapaz de ligar o nome à pessoa, alega o signatário do ato de nomeação, não merece ser interpelado sobre as patifarias em que se meteu o companheiro na sala ao lado.

O álibi faz algum sentido. Enquanto foi ministro, Tarso dedicou as horas de serviço a missões de ordem ideológica ─ a libertação do assassino de estimação Cesare Battisti, por exemplo, ou a revogação da Lei de Anistia ─ e as horas livres a atividades intelectuais menores: escreveu artigos ininteligíveis, rabiscou mais versos onanistas e discursou até em festa de batizado. Talvez só possa ser acusado de cumplicidade por omissão.

Omissão e irresponsabilidade, acrescenta a releitura do falatório despejado por Tarso Genro para fingir que a nomeação de Tuma Junior não lhe fora imposta.  “O currículo dele casa diretamente com questões que são tratadas na Secretaria Nacional de Justiça, como o combate ao crime organizado, através do combate à lavagem de dinheiro, e ao tráfico de pessoas, que pode ser monitorado e orientado por um policial experiente”, recitou.

O caso do substituto de Tarso é ainda pior. Secretário-geral durante a gestão do titular relapso, Luiz Paulo Barreto tornou-se ministro de fato muito antes de herdar a vaga do chefe. Por coordenar as atividades de todo o ministério, conviveu bastante com Tuma Junior. Gostou tanto do que viu que resolveu nomear o secretário nacional de Justiça para a presidência do Conselho de Combate à Pirataria.

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Na festa de posse, celebrada neste 23 de abril, Barreto cumprimentou-se pela escolha. “A indicação agrega um valor substantivo ao trabalho do órgão”, discursou. “Não existe máfia no mundo que o Tuma não conheça”. Conhece muito bem pelo menos a máfia chinesa, informou o Estadão menos de 15 dias depois do palavrório. Conhece, protege, aprecia e, sempre que aparece um bom negócio, a ela se associa.

Governar é escolher, sabe-se desde sempre. Escolher sobretudo as pessoas certas, sabe-se desde que o primeiro chefe de tribo escolheu alguém para ajudá-lo a administrar o cotidiano da caverna. Lula, que seleciona ministros com a ligeireza e a leviandade dos improvisos depois do almoço, escolheu Tarso Genro, depois escolheu Luiz Paulo Barreto, que aprovou Tuma Junior, que foi escolhido por Lula. Num país com mais pudor, já teriam sido, na mais branda das hipóteses, castigados por improbidade administrativa. Os quatro.

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