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‘Apropriação indébita’, por Dora Kramer

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE DOMINGO DORA KRAMER Quando o presidente do Senado — alvo de processo no Supremo Tribunal Federal por peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos — posa como um dos principais condutores do processo de ouvidoria das ruas que reclamam, entre outras coisas, por uma trava da corrupção, há uma patente dissonância entre […]

Por Augusto Nunes Atualizado em 31 jul 2020, 05h53 - Publicado em 30 jun 2013, 14h26

PUBLICADO NO ESTADÃO DESTE DOMINGO

DORA KRAMER

Quando o presidente do Senado  alvo de processo no Supremo Tribunal Federal por peculato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos  posa como um dos principais condutores do processo de ouvidoria das ruas que reclamam, entre outras coisas, por uma trava da corrupção, há uma patente dissonância entre as mensagens e a confiabilidade dos candidatos a mensageiros.

O senador Renan Calheiros, suas suspeitas circunstâncias e a insensibilidade do Senado ao reconduzi-lo à presidência são componentes da bomba que explodiu em forma de exaustão. As excelências seguem tentando ignorar essa evidência; por cinismo ou impossibilidade de questionar institucionalmente um papel cuja legitimidade a Casa conferiu a ele, não importa.

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Fato é que Calheiros no papel de arauto das ruas é o retrato resumido e invertido de todos os que agora reagem como se não tivessem nada a ver com a mensagem, tentando fazer bonito sem reconhecer tudo o que fizeram de feio nem se dispor a garantir que daqui para frente tudo vai ser diferente.

O senador é apenas parte do cenário de desfaçatez e apropriação indevida dos reclamos. Nele atua um elenco enorme no Legislativo com seus atos secretos e convivência cordial com processados, investigados e condenados; no Executivo, com catequese ufanista e exuberante ineficiência emoldurada por 39 ministérios.

Esses atores contaram com a passividade da sociedade, que realmente parecia eterna, incurável e contagiosa. Quando a massa resolveu mudar o tom da conversa de maneira contagiante, transformaram-se todos subitamente em porta-bandeiras dos avanços como se não fossem eles mesmos os mestres-salas do atraso.

O Judiciário, a despeito de suas deformações sobre as quais dão notícia privilégios corporativos e maus serviços prestados no dia a dia, merece ressalva na figura do Supremo Tribunal Federal.

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Foi o primeiro a perceber que era preciso abrir os ouvidos às demandas da sociedade e por isso foi acusado, pelos mesmos engenheiros de obra feita de agora, de praticar ativismo indevido e usurpar poderes dos Poderes inativos. Demorou, é verdade, mas deu uma resposta efetiva ao não permitir mais protelações na execução da pena do deputado Natan Donadon.

As demais providências  pactos, cancelamentos de reajustes, anúncios de investimentos, endurecimento de leis e um plebiscito sem fio terra  por ora são terrenos vendidos em paraíso imaginário. Produtos de uma hiperatividade de ocasião.

E até que se corrijam falhas, se reconheçam erros cometidos e se firme um compromisso em torno de procedimentos totalmente diferentes, não merecem credibilidade. Tanto soam oportunistas esses valentes soldados de causas até então solenemente ignoradas, que não há disposição de trégua à vista.

O governador Eduardo Campos, de Pernambuco, fez esse alerta. Não atraiu muita atenção e ficou perdido em meio a declarações e reações desencontradas de autoridades que, conforme apontou, ainda atuam no modo analógico enquanto a sociedade já opera “no sistema digital”.

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É um aviso importante para todas as forças políticas, de governo e de oposição: pegar carona nos movimentos não será suficiente para que nenhuma delas consiga capitalizar eleitoralmente o descontentamento.

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