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Opinião política baseada em fatos
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Bolsonaro x Lula em 2022: seria bom para o Brasil

A disputa entre Bolsonaro e Lula contribuiria de maneira decisiva para que o Brasil corrigisse a ineficiência de nosso sistema partidário

Por Alberto Carlos Almeida
Atualizado em 24 ago 2020, 14h41 - Publicado em 19 ago 2020, 12h33

Soa escandaloso afirmar que a polarização entre Bolsonaro e Lula em uma eleição presidencial seria bom para o Brasil. Porém, vale entender isso sob a perspectiva de nosso sistema partidário.

O Brasil é o país do mundo com o maior número de partidos, trata-se de uma evidente ineficiência. O número de cargos comissionados aumentou em 40% da década de 1990 para cá. Collor tomou posse com 12 ministérios e hoje Bolsonaro luta para manter o número de pastas abaixo de 25. Não foi por acaso que cresceram o número de cargos comissionados e ministérios, isso só ocorreu porque no mesmo período aumento muito o número de partidos.

O Brasil tem atualmente na Câmara dos Deputados 16 partidos efetivos. Os partidos efetivos são aqueles que detém ao menos 2,5/3% das cadeiras parlamentares. Em segundo lugar nesse ranking mundial estão Holanda, Indonésia e Bósnia e Herzegovina, com apenas nove partidos efetivos, não há nenhum país do mundo que tenha entre 10 e 15 neste indicador. Nada menos do que 120 países têm até seis partidos efetivos e apenas 14 países têm mais do que isso.

O resultado de tal situação é que muitos políticos sem voto têm um partido para chamar de seu. Marina Silva teve 1% dos votos para presidente em 2018, e tem um partido para chamar de seu. Roberto Freire só é menos longevo como presidente do Cidadania, que já mudou de nome algumas vezes, do que os papados de São Pedro (37 anos) e Pio IX (31 anos) à frente da Igreja Católica, nem mesmo João Paulo II ficou tanto tempo à frente desta instituição religiosa do que Roberto Freire à frente de sua moderna capitania hereditária. Isso não faz o menor sentido.

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A proibição de coligações para eleição de vereadores e deputados que passa a valer a partir de 2020 terá como resultado a drástica redução do número de partidos. Muitos que ainda existem hoje devem sua sobrevivência a terem colocado no passado um ou dois nomes bons de votos coligados com partidos maiores. Por exemplo, o Deputado Orlando Silva do PC do B só é deputado federal por causa dos votos do PT, se tivesse concorrido sem coligação não teria sido eleito. Assim, o fim das coligações resultará no fim dos partidos pequenos. Se isso for combinado com a concentração de votos em dois grandes líderes, melhor.

A disputa entre Bolsonaro e Lula contribuiria de maneira decisiva para que o Brasil corrigisse a ineficiência de nossos sistema partidário. Um disputa entre os dois concentraria os votos para presidente que, por sua vez, puxaria os votos para o poder legislativo. Independentemente do vencedor é muito provável que ao fim do processo eleitoral acabasse por se desenhar um sistema com dois grandes partidos, o PSL na direita, caso Bolsonaro se comporte como o filho pródigo retornando à casa do pai, e o PT à esquerda.

Muita gente que afirma que nossas instituições não estão funcionando jamais menciona o sistema partidário. Essa instituição é a que hoje demanda a maior correção de rumo. Não é que ela não funcione, ela funciona, porém com um nível de ineficiência estratosférico. Uma disputa presidencial entre o maior líder da direita e o maior líder da esquerda ajudaria bastante a caminharmos para um sistema partidário normal, com dois grandes partidos representando as duas principais correntes de pesamento da sociedade.

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