Bolsonaro e seu partido anti-iluminista
Não se detém o Iluminismo: pode-se no máximo, por um curto período, diminuir a velocidade de seu avanço
O novo partido de Bolsonaro – Aliança pelo Brasil – pode não ficar pronto a tempo de disputar a eleição municipal, mas isso não será um problema. O presidente poderá apoiar candidatos de qualquer partido com o compromisso de que, caso sejam eleitos, passem a fazer parte da nova aliança. Haveria cumpridores e recalcitrantes do acordo, mas não inviabilizaria que o presidente tivesse um papel supostamente relevante na eleição municipal.
Supostamente por duas razões: não há transferência de voto de presidente para prefeito, mas apenas de presidente para presidente como aconteceu em 2010 entre Lula e Dilma, e também porque o novo partido terá uma agenda anti-iluminista no que diz respeito aos costumes. O avanço do Iluminismo, a valorização da ciência, do progresso e do ser humano, é um movimento que não se detém desde seu surgimento. Por isso, o futuro partido de Bolsonaro ficará isolado, contará com um grupo minoritário de eleitores, abrindo espaço tanto à esquerda quanto à direita, principalmente se for uma direita que aceite os valores vitoriosos do Século das Luzes.