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Por Alberto Carlos Almeida
Opinião política baseada em fatos
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ACM Neto foi claro com Bolsonaro

O que ele fez tem como objetivo colocar seu partido mais próximo do poder central em uma eventual vitória de Bolsonaro em 2022

Por Alberto Carlos Almeida 8 fev 2021, 10h29

Quando se trata de declarações públicas, o mais comum é que políticos enviem mensagens discretas entre eles. ACM Neto decidiu fazer o menos frequente quando afirmou que o seu partido não apoiaria nenhum extremista de direita, mas que poderia apoiar a candidatura à reeleição de Bolsonaro. Impossível ter sido mais claro.

ACM Neto tinha uma longa amizade e cultivava uma colaboração contínua com Rodrigo Maia há, pelo menos, 20 anos. Ele abriu mão disso ao liderar o apoio do DEM à candidatura de Arthur Lira à presidência da Câmara, o que agradou bastante Bolsonaro. Sua declaração de apoio condicional à reeleição do presidente ocorreu logo após esta manobra e dentro deste contexto.

O DEM foi alijado dos recursos de Brasília em 2003 com a posse de Lula em seu primeiro governo. Sabe-se que os políticos querem e precisam ter acesso a cargos, recursos orçamentários e poder de influenciar decisões. O DEM ficou fora disso entre 2003 e 2016, longos 13 anos. O retorno de seus quadros ao centro de poder em Brasília ocorreu de maneira tangencial a partir da breve presidência de Michel Temer. Tangencial porque Temer haveria de privilegiar seu próprio partido, o MDB, maior e mais influente que o DEM, e o PSDB de Aécio Neves, cujo papel foi crucial para o afastamento de Dilma.

A vitória de Bolsonaro não foi boa nem para o DEM nem para o PSDB. Alckmin tinha sido o candidato tucano apoiado pelo partido de Rodrigo Maia e ACM Neto. Por isso, o que sei viu em 2019 foi a migração isolada deste ou daquele político dos dois partidos rumo ao Governo Bolsonaro. Para o pesadelo das agremiações que estiveram no centro do poder no Governo Fernando Henrique, o novo governo significava que mais uma vez viveriam o deserto de cargos e recursos. ACM Neto se cansou disto.

O mais provável é que ACM Neto tenha avaliado que a disputa de 2022 será entre Bolsonaro e um candidato da esquerda, mais especificamente do PT. Somente isso explica sua declaração de amor condicional a Bolsonaro. Condicional, não custa lembrar, porque solicita ao futuro parceiro de aliança que se torne menos extremista. ACM Neto não quer ficar no fim da fila caso Bolsonaro seja reeleito. O que ele fez tem como objetivo, que poderá ou não se alcançado, colocar seu partido mais próximo do núcleo central de poder em uma eventual vitória de Bolsonaro em 2022.

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