Nome que atuou para Bolsonaro e PT construía no Minha Casa, Minha Vida
E outro envolvido com o disparo de mensagens no WhatsApp ainda figura como dono de negócios pelos quais, em teoria, tem acesso a números de usuários
Apuração em curso, coordenado por este que vos escreve e com o repórter André Lopes, descobriu mais informações acerca dos nomes por trás do disparo de mensagens irregulares (segundo constatou o jornal Folha de S. Paulo, também possivelmente ilegais) no WhatsApp, em favor de Jair Bolsonaro (PSL). Já havia sido revelado que Peterson Querino, da QuickMobile, prestadora do serviço a bolsonaristas, no passado fez o mesmo, via agência Door2Doors, para o PT. Mas vai além disso.
O mesmo Querino aparece como sócio da construtora Casa Mais, especializada em residências que se encaixam no perfil do programa Minha Casa, Minha Vida, lançado ainda pelo governo Lula, em 2009 – mesmo ano de fundação da Casa Mais. Em 2013, em entrevista ao jornal mineiro O Tempo, o empresário esperava um crescimento de 800% de seu negócio, com base em financiamentos via programas também ligados ao governo federal (então de Dilma Rousseff).
Outro que aparece com negócios, digamos assim, curiosos é Lindolfo Alves. Ele é dono da Yacows, também envolvida, segundo a Folha de S. Paulo, com os disparos de mensagem pró-Bolsonaro nas eleições deste ano. Uma das possíveis ilegalidades cometidas pelas agências que atuaram nesse tipo de marketing político é o envio de conteúdo a pessoas que não disponibilizaram seus contatos para tal. Como essas empresas conseguiram os números de eleitores no WhatsApp?
O perfil de Alves pode indicar um caminho. Em dados públicos, ele também aparece como sócio da Red Telecom, uma terceirizada da Claro que opera com planos corporativos em Goiânia. Assim como está como dono da DataStone, da Deep Marketing e da Kiplix, todas também focadas em marketing via WhatsApp e SMS. Por meio dessas empreitadas, em teoria não seria difícil o acesso a dados de clientes de operadoras de telefonia, por exemplo.
Essas informações evidenciam que no Brasil parece valer um “topa tudo por dinheiro”. Talvez tais empresários não estejam se importando tanto com a ideologia dos políticos que apoiam – diferentemente de como se alardeia internet afora.
No fim, vale aquela máxima cantada por Cuba Gooding Jr. no filme Jerry Maguire: A Grande Virada:
“It´s very personal. A very important thing. Hell, it’s a family moto. Show me the money!”.
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