O novo transtorno ligado ao celular

Nomofobia provoca um misto de medo e ansiedade quando o aparelho não está por perto

SAÚDE

Especialistas estão preocupados com o vício das pessoas no celular, quando ele se manifesta de forma exacerbada e doentia, configurando um mal batizado de "no mobile fobia" — ou nomofobia.

Não se trata só da agonia de querer dedilhar a telinha de vez em quando, mas de uma ansiedade aguda e crises de medo desencadeadas sempre que o acesso ao aparelho se restringe. 

“O uso intensivo do celular provoca liberação de dopamina,  que traz sensação de bem-estar, e pessoas que buscam cada vez mais essa recompensa acabam sofrendo de dependência emocional”, explica a psiquiatra Anny Maciel.

Na nomofobia, o sistema inibitório, responsável por regular as emoções e impor limites ao corpo, não funciona corretamente e a atenção pregada na telinha acaba por prejudicar outras atividades.

“O celular funciona como um dreno, sugando a energia cerebral, sem que o indivíduo consiga se concentrar naquilo que realmente faz a diferença em sua vida”, pontua a neurocientista Claudia Feitosa-Santana.

A propensão ao distúrbio é maior em quem sofre de depressão e ansiedade. Os jovens são mais vulneráveis, uma vez que o cérebro ainda está em formação — ele se desenvolve até os 25 anos.

Limitar o uso do celular é um exercício que deve ser considerado. Diversos modelos trazem, em suas configurações, o chamado “modo de foco”, em que é possível configurar horários para o funcionamento de apps. 

Como a tendência é os celulares se tornarem cada vez mais viciantes, vale manter o olho vivo — não só no aparelho, mas no mundo em volta dele.

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