No filme Triângulo da Tristeza (Triangle of Sadness; Suécia; 2022) os ricaços sofrem um bocado — para delírio e até alegria do público.
O filme deu ao sueco Ruben Östlund sua segunda Palma de Ouro no Festival de Cannes – ele já fora premiado com The Square: a Arte da Discórdia em 2017.
Östlund se vale aqui da ironia cortante para examinar outro universo: o dos super-ricos que escancaram seus excessos e sua falta de conexão com o mundo real.
Triângulo da Tristeza reforça com louvor uma leva de filmes e séries que observam de perto a classe AA+, como os afiados The White Lotus, O Menu e Succession.
Em seu enredo, Östlund flerta com uma ideia cara a pensadores como o francês Michel Foucault (1926-1984).
A de que o poder não é estático ou monolítico, mas uma força dinâmica que muda de mãos ao sabor das circunstâncias.
Dessa forma, Triângulo da Tristeza adiciona uma reflexão apimentada à sátira: dinheiro e poder nem sempre andam juntos.
E quando se abre um fosso entre as duas coisas até o mais caro Rolex pode não valer nada nas relações pessoais.
veja.abril.com.br/cultura/
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