Um grupo formado por dois irmãos fazendeiros, um vendedor de uma loja de eletrônicos e um cineasta, conversa na cozinha de um rancho próximo a Los Angeles.
Eles acabam de traçar um plano audacioso para registrar a presença de uma nave alienígena que vem sobrevoando o local.
Em 'Não! Não Olhe!', Jordan Peele — dos explosivos Corra! (2017) e Nós (2019)—, oferece um painel das durezas do ofício de fazer cinema.
Mas faz também comentário irônico sobre a dependência obsessiva do mundo atual por estar conectado a aparelhos eletrônicos: todos eles deixam de funcionar quando a força alienígena se aproxima.
O filme mantém o currículo do diretor nova-iorquino irretocável, enquanto expande o alcance de seu domínio narrativo.
Ao sair da zona de conforto do terror racial, Peele abraça um amálgama peculiar que vai da ficção científica ao faroeste, culminando no tecno-horror.
A liberdade de experimentação é termômetro da segurança daqueles que já provaram do sucesso.
Aclamado, Peele agora se dá o direito de ser mais que ativista com câmera na mão: aos 43, ele é exímio cineasta, capaz de produzir entretenimento provocativo da melhor qualidade.
veja.abril.com.br/cultura/
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