Mosquito, o maior assassino em série

Ninguém matou mais gente do que ele na história da humanidade

CIÊNCIA

Com uma média de 2 milhões de vítimas por ano desde 2000, ninguém matou mais gente do que o mosquito na história da humanidade. Estamos cercados por seu exército de 110 trilhões e seu arsenal de quinze armas biológicas.

O livro 'O Mosquito: a Incrível História do Maior Predador da Humanidade', de Timothy C. Winegard, doutor em história pela Universidade de Oxford, analisa a trajetória do mais letal dos caçadores no planeta.

Ao longo de milênios, o inseto foi instrumento para a popularização do cristianismo, que se valeu de seu perfil assistencial e curativo diante da malária, transmitida pelo mosquito Anopheles.

Nas guerras, ele foi aliado de estrategistas que conheciam as condições dos locais onde combatiam. Na Revolução do Haiti, colonizadores franceses foram atraídos para áreas costeiras, onde foram pegos pelas febres terçã e amarela.

Na Guerra de Secessão (EUA), a União conseguiu um estoque de quinino para combater a malária, enquanto os confederados ficaram indefesos por um bloqueio naval que mantinha os remédios fora de alcance.

"O valor do mosquito está muito acima do quanto pesa, na medida em que alterou o jogo várias vezes, mudando a trajetória dos eventos da civilização", diz o pesquisador.

Apesar de serem verdadeiros assassinos em série, os mosquitos têm papel fundamental como polinizadores, sendo cruciais para a agricultura e a produção de alimentos. 

O trabalho de Winegard ajuda a revelar quão pequenos somos ante seres tão diminutos. 

veja.abril.com.br/ciencia/

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