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Proposta para a Amazônia defende fim imediato do desmatamento na COP26

Iniciativa Uma Concertação pela Amazônia lançou agenda de desenvolvimento sustentável para enfrentar desafios históricos da região

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 nov 2021, 20h47

Na COP26, a iniciativa Uma Concertação pela Amazônia, grupo que reúne mais de 250 organizações e 400 lideranças, lançou o documento Agenda pelo Desenvolvimento da Amazônia, que reúne propostas para o desenvolvimento sustentável da região que contemplam a diversidade e a complexidade das paisagens e dos territórios.

O painel de lançamento da proposta foi realizado no Brazil Climate Action Hub, estande da sociedade civil na COP26, e contou com a participação de Samela Sateré-Mawé, comunicadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente e fellow do Instituto Arapyaú, Ilona Szabó, presidente do Instituto Igarapé, e Ana Toni, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade. 

Na abertura do evento, Roberto Waack, presidente do Conselho do Instituto Arapyaú e um dos fundadores da Concertação, afirmou que o grupo defende o “fim imediato do desmatamento. Não é possível continuar com o desmatamento e não é possível dar um prazo para que ele seja absolutamente terminado”. Neste sentido, a proposta passa por quatro pilares de ação: áreas conservadas (onde a floresta predomina); áreas em transição, que estão em processo de conversão não consolidada – o chamado “arco do desmatamento”; áreas convertidas (o uso do solo é voltado para agricultura e pecuária); e as cidades. 

O documento detalha frentes de atuação específicas, como: estimular a economia, desenvolver instrumentos fiscais e mecanismos financeiros, garantir o ordenamento territorial e a regularização fundiária, investir em ciência tecnologia e inovação, desenvolver a infraestrutura e trabalhar com questões indígenas. Além disso, há frentes de atuação estruturantes, como educação e segurança.

Ao falar sobre a importância dos povos originários para a preservação da Amazônia e da diversidade de etnias que existem no Brasil, Samela Sateré-Mawé afirmou que os indígenas precisam ser respeitados ao serem incluídos nos espaços de tomada de decisão. “Não há como falar sobre questões ambientais e crise climática sem levar em consideração os principais defensores do meio ambiente, que são os povos indígenas”, afirmou.

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Na sequência, a ex-ministra Izabella Teixeira declarou que, após a COP26, as nações terá muito trabalho em seus países. “É evidente que não basta mais falar só entre governos. A sociedade terá que estar preparada para se engajar, tomar decisões e se responsabilizar por elas”, disse. 

Com relação à segurança da região, Ilona Szabó, do Instituto Igarapé, destacou que é necessário resolver questões centrais, como a criminalidade, que envolve desmatamento, garimpo ilegal, tráfico de drogas e de animais. “Uma das causas da degradação é a criminalidade. Tem sido usado um argumento econômico, para o qual a gente precisa olhar, mas a criminalidade não se justifica por aí. Se quisermos resolver a transição para uma economia da floresta de pé, é possível fazermos isso”, disse.

Por fim, Ana Toni, do Instituto Clima e Sociedade, concluiu dizendo que lembrou que a Concertação nasceu porque, por muito tempo, os brasileiros de fora da Amazônia deram as costas para a região. Por outro lado, uma pesquisa recente mostrou que 97% dos brasileiros concordam que a floresta amazônica faz parte da identidade nacional.  “Mas a gente, como sociedade, demorou a acordar e a priorizar esse tema.” 

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