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Poluição por plásticos no oceano pode quadruplicar até 2050

Levantamento realizado pela ONG WWF mostrou como os ecossistemas podem ser ainda mais impactados com o aumento de resíduos no mar

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 9 fev 2022, 13h00

Nos últimos anos, a contaminação dos mares por resíduos gerados em terra tornou-se mais evidente. A disseminação de fotos e vídeos de animais que ingeriram materiais plásticos ou que ficaram presos no lixo que chegou ao ambiente marinho comovem pela crueldade com os seres que não conseguem se defender de tanta sujeira. De acordo com uma análise feita pela ONG WWF, o cenário vai piorar – e muito – se nada for feito.

A organização, junto ao Alfred Wegener Institute Helmholtz Center for Polar and Marine Research, fez uma revisão de mais de 2.590 estudos e publicou o relatório “Impacts of plastic pollution in the ocean on marine species, biodiversity and ecosystems”. 

O material serviu como base para compreender o impacto e a escala da poluição por plásticos nos ecossistemas marinhos. De acordo com os dados, até o final do século, áreas marinhas com mais de duas vezes e meia o tamanho da Groenlândia podem exceder os limites ecologicamente perigosos de concentração de microplásticos. 

A estimativa é que a quantidade de microplásticos marinhos pode aumentar 50 vezes até lá, considerando que a produção de plástico deve mais que dobrar até 2040, o que levará os detritos no oceano a quadruplicar até 2050.

De acordo com a diretora do Programa Marinho da WWF Alemanha, Heike Vesper, as evidências sugerem que a contaminação plástica do oceano é irreversível. “Uma vez distribuído no oceano, é quase impossível de recuperar o lixo plástico. Ele se degrada constantemente e, portanto, a concentração de micro e nanoplásticos continuará a aumentar por décadas. Agir sobre as causas da poluição plástica é muito mais eficaz do que limpar depois. Se governos, indústria e sociedade agirem em uníssono agora, eles ainda podem limitar a crise do plástico”, explicou.

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Os dados sobre a poluição são alarmantes: 2.144 espécies encontraram poluição plástica em seus ambientes naturais; 88% das espécies marinhas estudadas foram impactadas negativamente pelo plástico; estima-se que até 90% de todas as aves marinhas e 52% de todas as tartarugas marinhas ingerem plástico; os recifes de coral em todo o mundo estão em grave crise devido às mudanças climáticas, e a ameaça adicional aos corais pela poluição plástica atingiu níveis alarmantes.

Além da poluição fora de controle, há outras práticas que colocam os ambientes marinhos em risco. A pesca excessiva, poluição por falta de saneamento básico, o transporte marinho e os efeitos do próprio aquecimento global são algumas das ameaças que atingem o oceano. Quando todo o ecossistema está em desequilíbrio, as espécies sofrem mais com os impactos das ações humanas.

As conclusões foram publicadas dias antes da Assembleia 5.2 da ONU para o Meio Ambiente, que será realizada entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. O evento será uma oportunidade para debater um tratado internacional com soluções globais e sistêmicas. 

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