Os bons ventos para o setor de energia brasileiro com recorde das eólicas
Estudo aponta que as energias solar e eólica foram as mais competitivas, só perdendo para as hidrelétricas
As turbinas eólicas no Nordeste, monitoradas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), atingiram um novo recorde de geração elétrica instantânea, com 14.167 megawatts (mW). Em termos práticos, por um minuto essa produção poderia suprir toda a demanda dos nove estados da região e ainda exportar cerca de 23% para o restante do país. Além das eólicas, o ONS também informou um novo recorde, desta vez, na geração de energia solar. A região nordeste produziu 2.963 megawatts em energia dessa fonte, ou 27,5% da demanda por minuto do subsistema Nordeste (todos os estados, com exceção do Maranhão).
Considerando o período de grande ventania no mês de julho no Nordeste, o ONS ainda pode registrar novos recordes nas próximas semanas e impulsionar a produção do país. Segundo o último Boletim Mensal do setor, divulgado pelo Ministério de Minas e Energia, a participação das renováveis no país (considerando toda as fontes de energia consumidas), deve fechar o ano com 46,4%. Esse total 1,7 ponto percentual acima do resultado de 2021. Neste combo está incluso a participação da hidráulica e dos produtos da cana, bem como a eólica e solar.
A estimativa para 2022 é uma participação da energia eólica em 11,9%, especificamente na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE). Em 2021, essa participação foi de 10,6%. Em relação à energia solar, a participação da oferta interna de energia no país deve fechar o ano em 3,9%, alta de 1,4 ponto em relação ao ano passado.
Ao analisar os resultados dos últimos dez leilões de energia organizados pelo governo, a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), em estudo divulgado em junho, aponta que as energias solar e eólica foram as mais competitivas, só perdendo para as hidrelétricas. São os leilões que decidem o aporte de investimento nas fontes de energia.