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Estudo mostra que Brasil é o quarto país que mais emite CO2 desde 1850

Ao incluir desmatamento e outros usos da terra, estudo indica que o país foi responsável por 4,5% das emissões totais no período

Por Nathan Fernandes
13 out 2021, 19h02

O Brasil é o quarto país que mais contribuiu para as emissões históricas de CO2 no mundo. É o que afirma um levantamento feito pelo portal britânico Carbon Brief, especializado na cobertura de mudanças climáticas e políticas ambientais. Segundo os dados, o Brasil é responsável por cerca de 4,5% de todas as emissões que aconteceram no período entre 1850 e 2021.

O estudo destaca ainda que, desde 1850, foram jogados na atmosfera um total de 2,5 trilhões de toneladas de CO2 — dado que se alinha aos números apresentados pelo IPCC e pelo Global Carbon Project. De acordo com o estudo, os Estados Unidos lideram as emissões, com 20,3% do total, sendo seguidos pela China, com 11,4%, e a Rússia, com 6,9%. 

O levantamento, que até 2019 só considerava as emissões de CO2 feitas por combustíveis fósseis, desta vez passou a considerar também o desmatamento florestal e outras mudanças no uso da terra. Com isso, países como o Brasil e a Indonésia (que ocupa a quinta posição, com 4,1% das emissões), os quais sofreram alterações significativas nesse período, foram alçados ao topo do ranking. 

“Países com florestas tropicais como o Brasil e a Indonésia estão sendo desmatados desde o final do século 19 e início do século 20, por extrativistas de borracha, tabaco e outras culturas”, escreveu o editor Simon Evans, no artigo. “Mas o desmatamento começou ‘para valer’ por volta de 1950, no início de atividades como a extração de madeira e as plantações de óleo de palma.”

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A falsa ideia de que o Brasil não tinha quase nenhuma responsabilidade histórica sobre as emissões de CO2 encontra respaldo em um estudo da década de 1990, feito por pesquisadores brasileiros, apresentado na Conferência de Kyoto, em 1997. Os dados do estudo, no entanto, só levam em consideração as emissões feitas por combustíveis fósseis. Não consideram, por exemplo, a quase destruição total da Mata Atlântica (que hoje tem apenas 12% da floresta original) e o crescente desmatamento da Amazônia. 

O levantamento recente reforça dados anteriores que já alertavam para o problema. Ao incluir as emissões dos usos da terra, um estudo de 2014, conduzido pela equipe do pesquisador Damon Matthews, da Universidade Concordia, do Canadá, já colocava o Brasil como o quarto maior emissor histórico de gás carbônico do planeta. 

“À medida que as emissões aumentaram, o crédito de carbono foi sendo usado em um ritmo acelerado, com isso, metade do total acumulado desde 1850 foi liberado apenas nos últimos 40 anos”, destacou Evans, explicando que, nesse ritmo, em apenas dez anos a humanidade já terá perdido sua margem de segurança para manter o clima em níveis aceitáveis. 

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