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Dia Mundial dos Oceanos: como corais reagem às mudanças climáticas

Pesquisadores analisaram dados do passado em sedimentos marinhos para compreender como os corais poderão responder ao aquecimento global no futuro

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 8 jun 2022, 13h16

O Dia Mundial dos Oceanos é celebrado anualmente em 8 de junho. A data é uma forma de reforçar a importância da preservação dos ecossistemas marinhos, que prestam serviços essenciais para a manutenção do clima do planeta e são fontes de renda e de alimentos para mais de 3 bilhões de pessoas.

Os recifes de corais, que abrigam cerca de 25% das espécies marinhas do mundo, são comparáveis a florestas tropicais. Contudo, eles são extremamente sensíveis às mudanças de temperatura e o fenômeno do branqueamento, quando as algas zooxantelas são expelidas dos corais, se tornou mais comum por causa do aquecimento das águas oceânicas.

Para entender como esses animais podem reagir à mudança do clima no futuro, pesquisadores do MARUM, o Centro de Ciências Ambientais Marinhas da Universidade de Bremen, buscaram evidências que mostrem o que aconteceu no passado.

Cientistas examinaram sedimentos que armazenam informações de seis locais de corais de água fria no Atlântico Norte e no Mediterrâneo para identificar os parâmetros críticos que poderiam desencadear a mortalidade e a consequente proliferação de corais desse tipo de ambiente, principalmente da espécie Lophelia pertusa. Dessa forma, os pesquisadores conseguem determinar quando e por que os corais de água fria floresceram ou não.

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Em um novo estudo publicado no periódico PLoS Biology, os autores apontaram que os resultados também podem ser usados ​​para mostrar como os corais podem responder a futuras mudanças climáticas. O estudo analisou as variações dos fatores ambientais mais importantes nos últimos 20.000 anos, período de aquecimento global geral desde a última glaciação, e as compara com a ocorrência dos corais de água fria.

Segundo o relatório “Estado dos Recifes de Coral do Mundo: 2020”, produzido pela Rede Global de Monitoramento de Recifes de Coral (GCRMN), o planeta perdeu aproximadamente 14% dos corais desde 2009. Além disso, as algas dos recifes, que crescem durante períodos de estresse, aumentaram em 20% na última década. Ao mesmo tempo, o relatório também concluiu que muitos dos recifes de coral do mundo permanecem resilientes e podem se recuperar se as condições climáticas permitirem.

De acordo com o primeiro autor do artigo publicado no PLoS Biology, Rodrigo da Costa Portilho-Ramos, “olhamos para o passado para entender como a Lophelia pertusa reagia às mudanças ambientais”. Os corais desapareceram ou retornaram a uma região principalmente quando o suprimento de alimentos ou o teor de oxigênio da água mudou.

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Esses animais se alimentam de plâncton e outras partículas minúsculas que são transportadas pelas correntes oceânicas. A temperatura e a salinidade da água tiveram pouco efeito sobre a mortalidade ou a proliferação das espécies analisadas. Segundo Portilho-Ramos, “assumimos, portanto, que o suprimento de alimentos e a disponibilidade de oxigênio são os principais fatores que determinam a vida ou a morte dos corais de água fria”. 

Há um porém: os pesquisadores não puderam avaliar o impacto da acidificação oceânica no longo prazo — fenômeno associado ao aumento da acidez da água por causa do gás carbônico na atmosfera, um dos principais gases que causam o aquecimento global — porque não há indicadores paleoceanográficos para este parâmetro.

Os corais de água fria contribuem significativamente para a formação de hotspots de biodiversidade no fundo do mar. Com influência nas cadeias alimentares e nos ciclos de nutrientes, e por desempenhar o papel de berçários de peixes com impressionante biodiversidade, os corais executam importantes serviços ecossistêmicos.

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