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COP30 chega a 194 delegações de países com Argentina na lista

Mesmo sem equivaler a presença confirmada, o credenciamento funciona como termômetro de interesse; EUA não aparecem

Por Ernesto Neves, de Belém
Atualizado em 10 nov 2025, 16h41 - Publicado em 10 nov 2025, 12h27

Belém inicia a COP30 nesta segunda-feira, 10, com 194 países credenciados para participar, segundo informações do Itamaraty. O credenciamento não garante presença efetiva, mas é amplamente entendido como um importante gesto diplomático.

A lista inclui a Argentina, cujo presidente, Javier Milei, vetou a participação de sua equipe na COP anterior e manifestou objeções ao Acordo de Paris.

Enquanto isso, os Estados Unidos permanecem fora da lista de delegações credenciadas, apesar de convites reiterados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente Donald Trump.

Crise da hospedagem: gargalo logístico

A oferta de hospedagem e os preços cobrados foram alvo de severas críticas internacionais. Relatórios apontam que diárias em hotéis passaram de valores típicos por eventos desse porte para patamares  em até dez vezes.

As cifras levaram delegações de países em desenvolvimento a alertar para o risco de exclusão e até questionar se o evento deveria ocorrer na cidade.

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O governo afirma que Belém conta com cerca de 53 mil leitos para o evento — acima da estimativa de até 50 mil participantes — e inclui novos hotéis, registros de imóveis privados e até navios-hotel.

Ainda assim, a percepção de muitos participantes é de que o alto custo e a escassez das acomodações afetaram a inclusividade da conferência.

Ações do governo e declarações de autoridade

Frente às críticas, o governo federal intensificou o diálogo com embaixadas e organizações internacionais. O secretário extraordinário para a COP30, Valter Correia, afirmou que “o Brasil trabalhou para dar condições a todos estarem nessas negociações e fazermos uma das melhores COPs da história”.

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Já o ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que a ampliação da rede hoteleira, apoiada pelo governo federal, “prepara Belém e toda a Amazônia para receber o mundo” e será um legado de turismo sustentável e desenvolvimento local.

Em relação especificamente aos preços de hospedagem, o diplomata e presidente da COP30, André Corrêa do Lago, admitiu que “os preços dos hotéis ficaram muito acima da média de qualquer COP”. Ele, no entanto, ressaltou reiteradas vezes que o evento não seria esvaziado.

Como a crise foi enfrentada

Para reverter o cenário, o Brasil adotou várias medidas:

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  • criação de uma plataforma oficial de reserva de hospedagem para os credenciados da COP30, com centralização das reservas.

  • utilização de navios-hotel e adaptação de imóveis privados para ampliar a oferta

  • recente anúncio de que a rede hoteleira de Belém foi renovada, com novos empreendimentos e investimentos federais de mais de R$ 440 milhões na Região Norte para turismo e hospitalidade.

Essas iniciativas ajudaram a contornar as dificuldades de última hora: embora ainda haja críticas, o acesso de delegações mais numerosas foi assegurado, bem como a visibilidade de que o evento manterá sua escala.

A COP30 emerge como uma jornada dupla: por um lado, simboliza a ambição brasileira de protagonismo na agenda climática — discutindo a Amazônia no próprio coração da Amazônia.

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Por outro, revela os desafios reais de logística, infraestrutura e equidade de participação em um evento global de tão grande porte.

A efetividade da realização depende agora de que os acenos diplomáticos (como o credenciamento de 194 países) se transformem em presença concreta e de que Belém seja vista não apenas como palco, mas como espaço de negociação inclusiva e ação climática transformadora.

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